sexta-feira, maio 31, 2013

Pacheco e o " locus " da realidade

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" Só o que sabe e tem garantia do saber, se abre sem temor do saber do outro, porque está prevenido contra as hipóteses do pior colonialismo, o colonialismo mental ".

Num País como o nosso, em que a maior parte do povo vive praticamente à margem da cultura e  ignorante acerca dos mecanismos de poder; num país onde o analfabetismo virtual é uma autêntica calamidade e condição estratégica necessária  para conservar estatutos e fomentar  desigualdades;  numa sociedade assim, tão assimétrica e injusta, a existência de veículos de informação sérios e isentos constitui naturalmente uma exigência   fundamental para o equilíbrio de uma sociedade que se quer livre e democrática . E para que essa emergência se autentique e tenha um papel pedagogicamente importante no esclarecimento do povo, é necessário que haja pessoas,  tanto quanto  possível independentes e credíveis, cuja " Gravitas "  seja impenetrável a qualquer beliscadura. Estes faróis, que tentam iluminar a noite obscurantista, devem também ser muito claros nas mensagens que fazem passar, falar uma linguagem de verdade e denunciar o estado das coisas, apontando metas e horizontes de esperança. Pacheco Pereira poderia muito bem ser uma dessas lições de espanto, não fosse a atribulada história e posições políticas que tem atrás de si, que o macula e fere na sua coerência e credibilidade ( mas só os burros não aprendem ).

Pois ele foi, no dia de ontem e ao arrepio de tudo aquilo que seria expectável, um dos apoiantes da conferência " das esquerdas " que se realizou na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, cuja ordem de trabalhos assentava no reconhecimento do estado a que o País chegou e na possibilidade da esquerda convergir, congregar esforços e vontades para  acabar de vez com o austeritarismo imposto por este Governo, que está a levar o País à ruína e o povo à miséria. 
Tentando estabelecer pontes e compromissos  para   um futuro que se adivinha próximo, esta conferência foi promovida por um ancião emérito, de seu nome, Mário Soares, que conseguiu de forma inédita e após tantos anos, a façanha de juntar todas as forças políticas de esquerda, contando ainda com o apoio e contributo de outras personalidades , nas quais se incluia, entre outros, o destacado militante social democrata, Pacheco Pereira.
Muito embora liberal e militante do partido que está no poder, Pacheco Pereira é hoje um dos críticos mais acérrimos deste Governo, bastando ,para prová-lo, apreciar o já longo e tenaz libelo acusatório que ele vem fazendo aos governantes e à sua política, quer no seu diário digital e  nos jornais, quer em programas de debate televisivo - podemos dizer que os chamados intelectuais, apesar de  formados num sistema e dominados fortemente por ele,  não deixam contudo de combatê-lo, sempre que as suas convicções mais fundas sejam duramente atingidas , como parece ser o caso. Mas eu também sei que muitas vezes o perorar de Pacheco, podendo à primeira vista parecer descomprometido, eficaz  no juízo e na sentença, não passa afinal de retórica bem elaborada , senão mesmo comicieira e até panfletária, mais proxima da feira de vaidades , pela disputa do poleiro da fama, do que propriamente o da emanação arrebatada do defensor de causas puro.  Mesmo assim, descontando as vaidades e os anti-corpos que  Pacheco terá eventualmente contra Passos Coelho, por desfeitas , desencontros e sensibilidades outras, que  o poderiam ter levado facilmente à censura contra este governo,  quer-me parecer que, desta vez, a sua costela mais rebelde e maoísta calou mais fundo, fazendo com que ele mais uma vez descesse à arena política pura e dura para desancar sem medo nos poderosos e vociferar impiedosamente contra os males e as injustiças deste mundo.
Observando Pacheco ao longo dos anos nos areópagos políticos, o que se oferece dizer é que este cáustico orador e seviciador de políticos e  de políticas, passados já tantos governos e programas, parece conseguir, todavia, pelo menos desde que abraçou a causa social democrata, uma certa constância ideológica, às vezes com uma  tonalidade acentuadamente liberal, como no caso das críticas que fazia ao anterior governo, ou mais marcadamente social democrata, como parece ser agora o caso, conseguindo mesmo, em algumas ponderosas situações, ultrapassar pela esquerda o próprio partido socialista no duro e demolidor julgamento que faz ao governo, aproximando-se ironicamente das teses defendidas pelo PC e o Bloco de esquerda. Pacheco parece nunca se afastar do " locus da realidade ", é preciso, na verdade, combater os malandros que sujam a política, e que estão a provocar este dramático cortejo de morte e de miséria  que estamos a viver e a assistir.  

quinta-feira, maio 30, 2013

Mãe

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Provérbio judeu 
Como Deus não poderia estar em toda a parte, criou as mães.


Dos cuidados de uma mãe, nem é preciso desfiar memórias. Reparos a fazer? Nenhuns. Apenas a gratidão por ela ser quem é. Sempre deu a vida pelos seus meninos, até à exaustão. Nem Salomão teria alguma vez dúvidas quanto à sentença a aplicar. Melhor: Salomão que se cuidasse.
Foi por termos vivido nove meses no nicho ecológico mais perfeito da natureza ( como alguém o disse ),um santuário abençoado que a memória intangível não consegue retratar, que nos momentos de maior aflição e desânimoquando as nuvens negras nos cercam e o mundo parece desabar, é ali que nos vamos recolher. Ali, onde as hordas de bárbaros não chegam, estaremos sempre protegidos no colo protector, embalados docemente por todo aquele amor e afectuosidade que só uma mãe pode dar.

terça-feira, maio 28, 2013

O milagre da virgem negra do FMI

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" Cavaco nunca se desligou da sua ideologia política e partidária, agora como não precisa mais de ser reeleito, nem se dá ao trabalho do disfarce. Tratou da sua  vidinha , rodeou-se de uma côrte caríssima e subserviente e ajudou as amizades - na maioria, tudo muito boa gente, como nós tão bem sabemos.
Na verdade, em Belém mora um presidente mesquinho e ressabiado, sem as mínimas qualidades para exercer o mais alto cargo da nação. Faz o jogo do seu partido, de uma forma explícita, rancorosa e vingativa, e a crise, que está a deixar o país em ruínas e o povo na miséria,  parece passar-lhe ao lado, num exercício de hipocrisia jamais visto em democracia. Foi rápido, no entanto, a exortar os portugueses a revoltarem-se contra o anterior governo, e perante esta desgovernação que castiga os mais fracos e protege os mais fortes, que atinge recordes nunca antes vistos de desemprego, de dívida pública e falências, não apenas não faz nada como até é o garante do Governo e da sua política. 
Por favor! Mandem este senhor de volta para Boliqueime apascentar o burro e tratar da alfarroba."

segunda-feira, maio 27, 2013

A festa

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António Passos Coelho, pai do actual primeiro-ministro, disse na entrevista que deu ao jornal " I "  que nunca quis que o filho fosse para o Governo, e admitiu mesmo que o filho, actualmente, também está morto por se ver livre "daquilo". Não entendendo ele, presumo eu, que  o povo até rejubilaria se ele viesse a tomar essa decisão. Rematou depois a conversa com um desejo fremente, o desejo da família fazer-lhe uma festa no dia em que ele se vier embora.
Então , vai fazer uma festa?!... Vai fazer uma festa depois de ter feito fria e conscientemente o funeral a milhões de portugueses?
Mas creio não ser essa a vontade do 1º Ministro,  já que ele afirmou recentemente que ficará no poleiro mesmo se perder as eleições autárquicas - haverá ainda muita " coisa..." para fazer antes de se ir embora, com certeza.  E depois o ego, aquele ego enorme que  lhe enche a peitaça , como é que ficaria depois?...

Longe vão os tempos em que o então candidato a primeiro-ministro afirmava: "Espero nunca dizer ao País, ingenuamente, que não conhecíamos a situação;
Longe vão os tempos em que o então candidato a primeiro-ministro afirmava que "cortar o décimo terceiro mês é um disparate";
Longe vão os tempos em que o então candidato a primeiro-ministro afirmava que "se vier a ser necessário ainda algum ajustamento fiscal, a minha garantia é a de que ele será canalizado para os impostos sobre o consumo e não para os impostos sobre os rendimentos das pessoas";
Longe vão os tempos em que o então candidato a primeiro-ministro afirmava que "posso garantir-vos que não será necessário em Portugal cortar mais salários nem despedir gente para poder cumprir um programa de saneamento financeiro no Estado";
Longe vão os tempos em que o então candidato a primeiro-ministro afirmava que era "absolutamente falso" que quisesse acabar com o IVA intermédio para a restauração";
Longe vão os tempos em que o então candidato a primeiro-ministro afirmava que "a carga fiscal que está definida é mais do que necessária e não precisamos de ir mais longe";
Longe vão os tempos em que o então candidato a primeiro-ministro afirmava que "Não olhamos para as classes com rendimentos de mil e poucos euros dizendo 'aqui estão os ricos de Portugal e eles que paguem a crise'";
Longe vão os tempos em que o então candidato a primeiro-ministro afirmava que não estava em causa a constituição nem  o Estado social e, muito menos, a escola pública ou os sistemas de protecção social.

Um rol impressionante de compromissos quebrados e promessas falhadas, um rol de mentiras e de intenções nunca confessadas. Afinal,as célebres gorduras de que tanto falava eram, isso sim, a Saúde, a Educação, os funcionários  públicos e os reformados e pensionistas. 
Afinal, a reforma do Estado, era uma espécie de revisão clandestina da Constituição;
Afinal, aquilo que ele pretendia fazer do Estado, era um Estado mínimo e indiferente aos cidadãos; 
Afinal, aquilo que ele pretendia fazer do Estado, era vender as suas empresas estratégicas  a retalho ;
Afinal, O país que foi intervencionado porque falhava todas as previsões do défice e não parava de aumentar a sua divida, mesmo depois da intervenção, não consegue controlar o défice nem a divida do Estado;
Afinal, ao que parece, o País até pode mergulhar na bancarrota da sua existência fundamental, apenas a  um passo de uma grave convulsão social.  Vai à Merkal, Passos.

Eles tiram o pão da boca dos nossos filhos, mesmo à nossa frente; eles roubam e vigarizam descaradamente; eles exploram e espezinham tudo, passando por cima do povo como um rolo compressor. E nós , cordeiros de Deus, deixamos que tudo isto se faça sem um queixume, sem uma nota de indignação sequer que se preze (as manifestações e as concentrações são na generalidade exercícios cívicos sem consequências. Praticamente nunca dão em nada. São até garantia de que o Governo acata escrupulosamente os direito consagrados na constituição - que o diga Belmiro que até lhes chama Carnaval). 
Estes malandros sabem tudo isto e muito mais, que nós nem sequer imaginamos. E é por isso que eles fazem o que querem e também porque sabem estar defendidos sempre por uma guarda pretoriana , uma fauna que foi aliciada nas nossa fileiras e que se vendeu por um prato de lentilhas: Uma corja que nos sevícia e controla ao serviço dos mandarins . Porque sem eles, o poder que nos esmaga ruiria .
O homem sempre se regulou assim em sociedade, a lei do mais forte sempre prevaleceu e imperou sobre o mais fraco, cabe-nos a nós, explorados deste mundo,  dar a volta a tudo isto. Em última análise ( e porque não, até é mesmo assim ) teremos de ser neodarwinistas de esquerda, assumidamente - foi assim à 100 anos quando destituímos os Czares na Rússia, foi assim quando mandámos os mandarins da China dar uma volta ao bilhar grande, e também foi assim que chutámos o Flugèncio Baptista de cuba. E será também sempre assim e em todos os lugares do mundo onde campear a opressão que teremos de fazer para tomar o poder nas nossas mãos. A Revolução é permanente e agora. 
É que esta gentalha sabe-la toda. Vêm com a treta da democracia, para nos explorarem ainda mais, e ainda por cima " legitimamente " ; vêm com uma série de papões para nos amedontrar, para confiarmos em instituições que, afinal, apenas nos sabem roubar. Não nos podemos deixar manipular, não nos podemos deixar alienar, o futuro estará sempre nas nossas mãos, e para que isso aconteça, basta apenas querer, organizarmo-nos e lutar por esse objectivo. Até porque já nada temos a perder. Nunca houve tanto desemprego, tanta pobreza, tanta miséria e tanto desespero nas pessoas. Este Governo tem de cair  pois está a  arruinar o país.

domingo, maio 26, 2013

Notícias sobre Portugal - Fifth dimension

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O Presidente do Eurogrupo elogiou o desempenho de Portugal. Disse ele, numa entrevista que deu a um semanário português, que era preciso muita muita cobardia para aceitar, sem tugir nem mugir, as medidas" que constam do programa de ajustamento .


Ministro alemão diz que ajustamento português é uma história de sucesso:  o País está na ruína e o povo na miséria; uma  parte dos portugueses está a emigrar e a outra parte, a velhada que resta, se não morreu, para lá caminha , uma vez que foram criadas todas as condições para que isso se venha a verificar a muito curto prazo.

sábado, maio 18, 2013

O render da guarda

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O render da guarda repete-se todos os dias ao raiar do dia e ao cair da tarde - uma acende-se, a outra apaga-se. Quando o lusco-fusco começa a insinuar-se mansamente nas ruelas e calçadas deste mundo, com  o astro-rei a despedir-se lentamente na linha do horizonte; enfim,  quando a jornada de trabalho está mesmo a aproximar-se do seu termo e as gentes iniciam o regresso a casa para descansar, é chegada a hora do render da guarda. Nesse momento mágico de transformação e mudança, que sempre despertou a imaginação dos artistas, pequenos pontos de luz começam a despontar por todo o lado, são lampiões de esperança que nasceram com a única e sagrada recomendação de vencer o negrume da trevas e iluminar a noite dos homens. Mas o reverso também é pujante e simultaneamente  reparador. Quando a noite já inicia a sua metamorfose para dar lugar ao dia, quando a madrugada já se faz tarde e  a alva indecisa se intromete na escuridão das sombras e das almas, eis que de novo o astro-rei aparece para retomar a sua figuração no cenário real oferecendo novamente luz e calor à vida. É, pois,  nesse preciso momento de frescura matinal e de aromas inebriantes, quando o homem faz o caminho inverso de volta à cidade, que tudo se completa para dar lugar  a mais um render da guarda: os pontos de luz , como por encantamento vão-se extinguindo e o grande deus flamejante, empreendendo mais uma  ascensão até ao zénite, vai cumprir mais um ciclo solar. 

PS. Este postal  fantástico é da lavra do meu filho.

Noética

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A mente humana era a única tecnologia que os antigos tinham ao seu dispor, e por isso estudaram-na e investigaram-na até à exaustão. Como resultado desse esforço, por exemplo, o pensamento oriental teve um avanço extraordinário neste domínio. 
(...) - Tenho uma pergunta - disse ele. - Mesmo que admitisse , pelo menos por um instante, que tenho o poder de mudar a matéria física com a minha mente e manifestar literalmente tudo aquilo que desejo... receio não ver nada na minha vida que me leve a acreditar que detenho esse poder. Ela encolheu os ombros , mas respondeu. - Quer uma resposta a sério? O homem tem mesmo essa capacidade, mas vai precisar de praticar imenso para a manifestar. O pensamento bem dirigido é uma capadidade que se aprende. Manifestar uma intenção requer uma concentração enorme, visualização sensorial total e uma profunda crença. Provámos isso em laboratório. E tal como tocar violino, por exemplo, há pessoas que têm maior habilidade natural do que outras. Pense na História e pense nas histórias dessas mentes iluminadas que levaram a cabo feitos milagrosos. - Não me diga que acredita realmente em milagres . Quer dizer, agora a sério...transformar água em vinho, curar os doentes com um toque da mão ? Ela inspirou profundamente e deixou o ar sair devagar. - Testemunhei o facto de haver pessoas capazes de transformarem células cancerosas em células saudáveis simplesmente por pensarem nelas. Vi mentes humanas serem capazes de afectar o mundo físico de múltiplas maneiras. E quandose vê isso a acontecer, qundo isso se torna parte da nossa realidade, então alguns dos milagres sobre os quais lemos tornam-se simplesmente uma questão de grau. Ele ficou pensativo. - É uma forma inspiradora de ver o mundo, mas para mim , parece ser um acto de fé impossível. E, como sabe, a fé nunca foi uma coisa fácil para mim. - Então não pense nisso como fé. Pense nisso simplesmente com uma mudança de perspectiva, a aceitação de que o mundo não é exactamente como imagina. (...)

sexta-feira, maio 17, 2013

O síndrome grisalho

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Eles não sabem, ou não parecem saber que também vão chegar lá ( a velhos ), reconheço . No entanto à grisalhos e grisalhos.  Os cabelos prateados e bem tratados de um empreendedor , e ainda por cima engenheiro, como os do Excelentíssimo  senhor Belmiro de Azevedo nada têm a ver com o descolorido  grisalho de um trabalhador rural  alentejano. Ambos são reformados, mas a distância entre eles é mais que muita . Uma coisa são as elites , outra coisa é a ralé  - não há dúvida que  estamos sempre a esbarrar com  a eterna luta de classes. Mas, de facto, parece haver idosos com um estatuto de intocabilidade que lhes permite atingir e desfrutar desafogadamente ( e põe desafogo nisso ) da sua última fase da vida, assegurada por chorudas reformas, prebendas  e uma tranquilidade respeitada e revigoradora, enquanto outros, párias sem remissão , não apenas foram castigados por uma vida de trabalho duro e sofrido , como na hora de poderem usufruir das parcas regalias a que contratualmente têm direito, porque descontaram uma vida inteira de trabalho para o Estado, se vejam  ameaçados e psicologicamente afectados, senão mesmo em estado de pânico, com as medidas de carácter eugénico que esta gentalha que está no governo não tem pudor nenhum em aplicar. Depois de desrespeitados, ostracizados, roubados e manipulados,  colocá-los contra o muro de fuzilamento e abatê-los, até parece tarefa fácil.

O Cisma Grisalho, ou o síndrome da velhice, tal qual  é  (des)tratado por este governo ( que ficará de má memória ), fez-me lembrar um episódio recente dos cuidados urbanos de um presidente da câmara de uma cidade russa na Sibéria que, ao ser  confrontado pelos deputados locais sobre as medidas a tomar para responder ao número crescente de sem-abrigos, disse que infelizmente não tinha autorização para disparar, nem meios legais para acabar com eles.  

quinta-feira, maio 16, 2013

As antenas do outro mundo

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Confrontando a diferença abissal existente entre a magnífica especialização  do cérebro e das suas funções superiores com  o espectáculo deprimente e rudimentar do balbuciar  cognitivo humano, comprovado profusamente pelas dificuldades que as pessoas sentem em conseguir desenvolver  um pensamento lógico adequado e raciocínios escorreitos, somada ainda à indigente forma como transformamos o pensamento e as ideias em discurso , quase que poderíamos afirmar que o homem ainda está na pré-história  do seu desenvolvimento. Contudo, não deixa de ser extraordinário constatar que este fenómeno assaz sui-géneris que aparece no ser humano, que o define e coloca  muito àparte do resto da natureza, esta sua faculdade de subjectivar e tomar consciência do real que o cerca, pode levá-lo muito longe, quiçá para o Olimpo dos deuses. 

Tendo em conta que o cérebro humano é constituído ( sensivelmente ) por 12 biliões de neurónios, e que as ligações que eles estabelecem entre si são da ordem dos ziliões de vezes, que é uma quantidade  quase obscena de ligações  e de possibilidades ( muito superior até, diz-se, ao número de partículas atómicas que permeiam todo o universo ) ;  e também levando em consideração o tempo quase incomensurável que decorreu ( da ordem dos 13 mil milhões de anos ) desde o início dos tempos até aos dias de hoje, torna-se portanto bastante plausível admitir que o aparecimento dessa fantástica impossibilidade lógica que é a subjectividade e, concomitantemente , a aventura da consciência se deva exactamente  a este jogo de roleta cósmica  de grandezas quase ilimitadas. Porém, há quem pense que tal não é assim. Embora bem suportada  pelas neurociências e pela maioria dos investigadores em ciências de ponta, nomeadamente por aqueles que procuram a  natureza última da realidade , um assinalável grupo de pensadores continua a acreditar que não somos apenas matéria pensante. Existe de facto um demónio dentro da máquina que pensa e fala. E  assim sendo, equacionando estes dois sistemas de pensamento, nós somos, afinal, apenas epifenómenos que teimam inutilmente em conseguir carta de alforria, ou o núcleo duro da IA ( Inteligência Artificial )  e das Neurociências , que é a completa incapacidade para explicar a subjectividade, o pensamento e a consciência continuará a estar  para sempre vedado ao conhecimento humano como um enigma inultrapassável ? 
Será, na realidade, o cérebro que segrega o pensamento, ou  o pensamento segrega o cérebro ?  
Fiquemos apenas pelas antenas, eternos receptores que  captam a música das esferas.



Os borrões de Rorschach


É um apelo irresistível, a que nem as pedras escapam ? Ou, será isto, enfim, como nos borrões de Rorschach, apenas  o espelho de irreprimidos e inconfessáveis desejos no olhar?

domingo, maio 12, 2013

Morrer na praia

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O melhor futebol da primeira liga escafedeu-se, emigrou para o limbo da fanfarronice, ficou apenas o autocarro. Queriam ver um futebol ofensivo, pressionante e inimagináveis jogadas de sonho? Pois então, saiu-lhes a fava: tiveram de se ater à humilhação de uma equipa encavalitada na sua própria baliza a jogar com um guarda-redes e dez defesas. A equipa do Benfica foi uma autêntica  lástima e saiu derrotada do campo porque continua a ter um treinador do Belenenses e do Braga , com o devido respeito por estes clubes , que não tem arcaboiço mental para estar à frente de um clube com a dimensão do Benfica. Jesus é apenas um artista doméstico, um treinador com alguma habilidade, mas muito longe de ascender à condição de um verdadeiro estadista da bola. Para Jesus , um Marítimo, um Olhanense ou um Estoril vão continuar a ser sempre equipas do tamanho do Real Madrid, porque ele não consegue ganhar a dimensão psicológica que o  estatuto de um grande clube lhe confere. Continua a ter uma mentalidade pequenina e , como se viu até à saciedade neste jogo, a padecer de uma fobia e de um temor reverencial perante a equipa do Porto. Ele até pode ser um bom formador, e é seguramente um bom especialista na reconversão posicional de  jogadores e um excelente exponenciador de capacidades, mas não mais do que isso. É claro que dou mão à palmatória pelo campeonato  ganho há três anos, mas nessa altura ele estava deslumbrado por ter chegado a um clube grande e vinha com o sangue todo na guelra a querer mostrar a todo o gás os seus dotes de conquistador do mundo. Para ele não existiam barreiras ou fronteiras que pudessem travar a sua ambição, e  por isso arriscava sem medo, com a equipa do Benfica a exibir um futebol total , deslumbrante e demolidor que pedia meças a qualquer time do galarim europeu. Sou também obrigado a reconhecer as meritórias prestações que a equipa alcançou nas provas europeias, mas... ( e este mas estraga tudo ) parece que falta a Jesus tamanho e proporção para chegar mais longe, e, sobretudo, um grande quociente de segurança psicológica para enfrentar os desafios-chave que definem campeonatos e o grandes treinadores.  Falta  afinal a Jesus, o quase.
Confesso no entanto e para finalizar,  que a óbvia frustração imperou neste testemunho ( mea culpa), talvez porque a breve trecho nestas duas últimas temporadas tivemos praticamente o campeonato nas mãos e deixámo-lo esgueirar-se por entre os dedos. É claro que também sei que não estamos sozinhos a pelejar contra moinhos de vento, a qualidade  e o afã das outras boas equipas que disputam a liga também conta. Mas acho que já basta. 
Preferia ter sido derrotado ontem com honra, mas com a consciência tranquila de ter enfrentado um adversário olhos nos olhos, do que ter de sair pela porta pequena, com o rabinho entre as pernas, como já nem as ditas equipas pequenas  o fazem. 

domingo, maio 05, 2013

" B " movie

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"Vitor mãos de tesoura" é um filme marcadamente ideológico que transporta consigo o selo indelével das agruras de 40 anos de tirania. Apoiado por uma temática  simples e cheia de clichês, foi realizado por uma personagem imatura e subserviente que nos remete  para as fitas de cinema da classe "B" de gangsters e de terror dos anos 50 do século passado, que apenas serviam para encher chouriços até à apresentação do filme principal. Este monumento à mediocridade tem um péssimo argumento e não possui massa crítica que o sustente, muito embora tenha sido vendido como a película que iria fazer história no cinema e alcandorar-se à atribuição de óscares. Na realidade, ele não prima  pela decência nem pela delicadeza e a sua figura principal , um ser abjecto e desequilibrado, vive escondido atrás de um fanfarrão megalómano e arrogante. O restante elenco ( pelo menos a grande parte ), para não fugir à regra, também padece da mesma sintomatologia. Quanto à relação que as personagens estabelecem entre si, o filme é prenhe de diálogos monocórdicos e deprimentes e o clima é de permanente suspense ( de cortar à faca ), sempre a provocar pânico nos espectadores que, mau grado as expectativas , levam o filme todo  com um frio na espinha e a  saltarem das cadeiras de coração acelerado por causa das diatribes daquelas criaturas. 
Para as promessas que trazia consigo (  o melhor filme do ano; a Europa não vai esquecê-lo , etc,etc,etc.), o resultado não teria sido melhor : o inferno . E já ninguém paga para o ver. E, mais: as pessoas estão desejosas de o ver fora do circuito comercial . Quando a maioria dos espectadores ( porque pagaram bem o seu bilhete) esperava poder assistir a um excelente filme, senão mesmo a um filme extraordinário, repleto de actos heróicos e patrióticos , a tocar a corda sensível da poesia, tal as paixões que ele desencadeou antes da estreia, eis senão quando da tela branca e imaculada da projecção irrompe um retrato funesto de um mundo miserabilista e superficial, muito próximo da escatologia, que tende a reflectir um dos temas mais estafados da cinematografia: os traumas e as frustrações de um alegado menino prodígio. Deambulando pelos caminhos  sempre tortuosos da psipcopatologia, o filme vem mostrar-nos um ser perdido numa infância excessivamente mimada e panegírica,  confinado entre forças instintivas e conflitos emergentes, de uma realidade que não lhe obedece e que ele tem dificuldade em compreender, acabando, inevitavelmente, por moldar-lhe a personalidade na idade adulta de forma negativa. Habitualmente as pessoas com esta patologia tendem a ser autistas e a refugiarem-se num mundo de fantasia, que podem controlar. Enfim, é uma narrativa esforçada de Zen Terror, que tenta mostrar até que ponto os traumas e as frustrações da infância, traduzidas em sentimentos de vingança e complexos de superioridade, quando libertas com a conquista de uma posição de poder,por exemplo, se abatem sempre e brutalmente  sobre os seres mais fracos e indefesos.  É sempre assim.
A sequência final do filme , contudo, permanece um mistério, muito embora fique a impressão de estarmos a acordar de um pesadelo - Será que...

sexta-feira, maio 03, 2013

Grândola - Assunpção Esteves

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quarta-feira, maio 01, 2013

Desigualdades

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É à custa da miséria das nossas famílias, do pão que é tirado da boca dos nossos filhos e das mortes provocadas, nomeadamente no sector da saúde, pelas restrições exigidas por estas políticas de austeridade , que os usurários dos bancos alemãs e do Capital Financeiro  em geral continua a poder levar  a sua vida  faustosa. 

psiuuuuu!!!

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A Alemanha ataca " mau sinal " de Barroso