sexta-feira, novembro 11, 2011

A prova do coveiro

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O enterra

O exemplo
Que bom seria se estas singulares criaturas viessem um dia a fazer um verdadeiro acto de contrição pelas malfeitorias que andam a fazer ao povo português. Na verdade, se eles fossem realmente autênticos governantes, daqueles que a História registará para todo o sempre, como gente eticamente responsável , deveriam antes devotar-se à Causa Pública da pobreza, que é como a maioria dos portugueses vive, abdicando do seu estilo de vida ( bem nutrido) e passar solidariamente a viver como a maior parte da população: um ordenado mínimo nacional, sem direito a ajudas ou outras regalias; levantar-se às 6 horas da manhã e apanhar um transporte público, apinhado de gente, para ir trabalhar , viver numa casa sem as necessárias condições de habitabilidade, localizada, quiçá, na periferia do sonho, e submeter-se a todos os constrangimentos sociais que afogam de mágoas os deserdados da terra.
Aí, sim! Aí veríamos, aquiescentemente, o nosso voto justificado pelo despojamento manifestado, despojamento esse que se estenderia, naturalmente, até os portugueses voltarem a ter uma vida digna. Com essa postura de sacrifício, até com alegria nós participaríamos na acção política de um Governo em verdadeiro estado de graça. Mas não é isso logicamente que vai acontecer, porque ao vestirmos o hábito franciscano e ao partirmos para a Terra Santa, numa espécie de mendicidade por amor ao próximo, não poderemos contar, evidentemente, com dividendos materiais, mas sim apenas com um piedoso e singelo conforto espiritual ( q.b.), que se traduzirá numas quantas aleluias e, eventualmente, no perdão redentor do infalível Transcendente pelos pecados entretanto cometidos. Nesta conformidade, claramente se infere que estes políticos, que hipocritamente frequentam a igreja e que até fazem o sinal da cruz ( embora enviesadamente , como se fossem meretrizes despudoradas ) tudo farão menos ficar para a História como os abnegados redentores do povo. Ao contrário, estes caninos agentes do Grande Capital, que com tanta facilidade tributam e cortam os rendimentos do trabalho, naturalmente nos dirão, sem escrúpulos nenhuns, que têm "muita pena" mas nunca deixarão de ter vergonha , preferindo, em vez do despojamento e da expiação, viver plenamente com os seus privilégios, a explorar os outros e sem estados de alma contraditórios , porque o Mundo é mesmo assim.
Esta gente não tem coração nem perdão. São agentes conscientes do mais radical darwinismo social , cujo objectivo final é e será sempre a opressão e a escravização dos povos.

Lembram-se quando eles andavam tão caladinhos ?...