domingo, outubro 14, 2012

The Vampires of Spain square

CONNECT !!!
INTERNET EXPLORER

Não foi há muito tempo que os Mercados aplaudiram a introdução de medidas de austeridade em Espanha. Agora, novamente a salivarem de tensão e desejo, como animais esfomeados, esperam ansiosamente pelo momento do resgate, pelo momento da desbunda. 

Europa, o grande paraíso fiscal. 
Agora, sabemos que é tão perigoso ser governado pelo dinheiro organizado como pelas máfias organizadas", diz Carlos Pimenta, do Observatório de Economia e Gestão de Fraude da Faculdade de Economia da Universidade do Porto. 
Miguel Carvalho (Texto publicado na VISÃO 1019, de 13 de Setembro) 

Haveria tamanha crise se a União Europeia não andasse de abraços com o crime organizado, a fraude e a corrupção? E o que é que Portugal tem a ver com isso? 
"Agora sabemos que é tão perigoso ser governado pelo dinheiro organizado como pelas máfias organizadas." Não, a frase não é atual. Quer dizer, atual até é, mas foi proferida em 1936 pelo Presidente dos EUA, Roosevelt, na ressaca da Grande Depressão. "É uma frase totalmente aplicável aos nossos dias", garante Carlos Pimenta, do Observatório de Economia e Gestão de Fraude da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (OBEGEF). 
As palavras de Roosevelt podem até ter inspirado a conferência que o Observatório organizou há uns dias, no Porto, com a "nata" do País e do estrangeiro no estudo e investigação da fraude e da corrupção. 
Afinal, "a crise que estamos a viver está muito ligada a situações dessas. Começou nos EUA, com o subprime, mas também é resultado das más políticas da União Europeia, promotora de medidas que, do ponto de vista científico, foram abandonadas há muitos anos", resume Carlos Pimenta. 

Não se assuste, mas o resultado é este: "A Europa concentra hoje um grande número de off-shores e 'câmaras' de corrupção entre bancos sem qualquer registo de movimentos. É benévola para o crime organizado e comporta-se como um grande paraíso fiscal", resume o catedrático de Economia. Faça-se um exercício sobre o desconhecido: quem reparou na adesão ao euro de países que não integram a UE e que, por vezes, nem nos lembramos que o são? Vaticano, São Marino, Kosovo e outros territórios constituem, segundo Carlos Pimenta, "o centro do tráfico internacional e conquistaram o melhor de dois mundos: usam a moeda única, mas não respondem perante as leis europeias. "O dinheiro que ali circula fica automaticamente lavado." Não admira, pois,ver a Europa "extremamente vulnerável".