domingo, abril 26, 2015

A impotência ou a cobardia de um desabafo

CONNECT !!!

Depois de passados 40 anos sobre as esperanças de "Abril"e de tanta água ter corrido debaixo da ponte, é com bastante revolta e tristeza que hoje, olhando para a realidade política, económica e social do País,  constato que o único lugar destinado a uma revolução, afinal, uma revolução que queira restituir a dignidade a um povo, como parecem dizer os grandes clássicos, é tão-só na literatura , no teatro ou no cinema - romantismos e fantasias - , já que a natureza humana não permite outro tipo de veleidades que não aquelas que decorrem do binómio: poder/classe possidente, versus, submissão/plebe ignara. Infelizmente, a transformação de uma sociedade, mesmo que apoiada em actos de natureza radical,  é um mito . Atente-se nas revoluções pretéritas Bolchevique ou o Maoísta, entre outras, para se perceber que o gene egoísta  encarrega-se sempre de repor a ordem nas coisas da vida, e da morte, também. 
Parece que a revolução é apenas um momento, um segundo apenas na história de um povo. Depois, rapidamente volta tudo ao normal, porque tudo se dilui na reconstrução do novo poder ( do mesmo poder ), da gente que o ocupava antes e que volta a ocupá-lo depois.
Já dizia, resignado, o mestre Sísifo que a extenuação física até parece ajudar a suportar a derrota espiritual - trabalha escravo, trabalha duro porque amanhã bem cedinho, outra vez, tens que te levantar fresco para tua eterna provação e glória do teu patrão.