quinta-feira, janeiro 26, 2012

Emoções

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Reprise V
( ... ) Na fase final da velhice, expurgada a ansiedade da carne, há como que um reajustamento dos sentidos à progressão do silêncio. Existir é , de novo, sagrado. O corpo, esse, desloca-se para a periferia da vida, num progressivo desapossego, um aliviar do desejo e da conspurcação da posse. Um corpo que aos poucos se vai distanciando do miolo da existência. Um descentramento que se consuma, uma disponibilidade do ser, a maestria dos gestos supostos, imperceptíveis. O olhar, o sorriso, o tactear, um estado de quietude. Estreita-se a espiral da vida e o corpo gasto detem-se,afastando-se dos movimentos arriscados da imaginação. É o refluxo. "Dá-me jeito que fiques a sorrir. Tenho o poder de fixar-te, assim, eternamente perfeita(...).

" Quero a vida sempre assim,
com você perto de mim,
até ao apagar da velha chama... "