quinta-feira, abril 25, 2013

O 25 de Abril usurpado

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" Os revolucionários militares apenas cometeram um erro ( grave , por sinal ): quererem conciliar a mão que matava, com os peitos baleados; quererem conciliar a mão que nas fábricas e nos campos transformam a matéria-prima e a natureza com a força do seu trabalho, com as mãos que empunhavam os chicotes" - Otelo é que tinha razão, não podíamos ter cedido à compaixão, não podíamos ter cedido à chantagem emocional e perdoado a tragédia que se abateu sobre nós durante 40 anos. Regista a História, sem dramatismos, que os revolucionários são mais tarde ou mais cedo engolidos pelo fogo da sua  revolução, e que o povo, essa mole imensa de gente sofrida e vulnerável, volta sempre à sujeição e ao martírio da ditadura , mesmo que , para o efeito, ela apareça travestida de Regime impoluto e justo, como a " democracia" que temos e veneramos. A classe possidente - essa - volta sempre ao poder, e neste caso até legitimada pelo voto popular para fazer o que sempre fez ao longo dos tempos : explorar, aterrorizar e matar ( hoje, claro está, de uma forma muito mais subliminal ). É que o esgoto de marginais que constitui a elite continua a pensar, sobranceiramente, que dum lado está a plebe ignara, que não tem direito a nada ( apenas números e escravos ), e do outro a autoridade moral, a educação e a cultura, com mandato " ad aeternum ", sabe-se lá outorgado por quem , para desfrutar do paraíso e fazer uma vida faustosa. É por isso que nunca desistiu nem jamais desistirá de conquistar o Poder. Se a História, por mero acaso, como aconteceu várias vezes no seu decurso , lhe inflige algum revés, de imediato passa à ofensiva , numa luta sem quartel, para  de novo subjugar o povo e restituir a  (sua ) ordem  natural ( a selva darwiniana). 
Para percebermos bem este fenómeno, naquilo que especialmente nos diz respeito, basta reflectirmos de forma isenta sobre a forma ardilosa como esta gentalha que está hoje a comandar os destinos da Nação se apresentou na campanha eleitoral ( que depois foi confirmada como Governo ), naquilo que prometeu ao povo e nos amanhãs que anunciava, e observar hoje a realidade do País. É confrangedor Observar o modo como este bando de rapazolas, quase com fervor dionisíaco, atropela e rasga a nossa Magna Carta, como odeia e despreza os trabalhadores e o povo em geral, e, mais grave ainda, como parece estar ao serviço de outros interesses , que não os de Portugal. 
O 25 de Abril foi usurpado, é uma evidência, e por consequência temos que fazer tudo para voltar a tomar o destino nas nossas mãos. Mas não vale a pena continuarmos, recorrentemente, a forcejar em manifestações que não produzem efeito algum ( como se comprova ), manifestações parvas que apenas servem para reforçar a imagem de um Governo legitimador que não obstaculiza direitos consagrados na Constituição e que, ainda por cima, rejubila com a cobertura que isso lhe dá internacionalmente; como também não vale a pena continuarmos a apostar em partidos e sindicatos que apenas parecem ter como missão regular a válvula de escape da panela para que a pressão exercida pelas massas, nalguns momentos mais críticos da governação, não venha a tornar-se explosiva e incontrolável - é pedido muito mais do que isso a quem nos diz fielmente representar. 
O 25 de Abril foi censurado e parece não haver maneira de repor a sua legitimidade . É preciso, pois, ter a coragem de fazer  um novo 25 de Abril, é preciso lutar  por um 25 de Abril verdadeiro.