quarta-feira, setembro 17, 2014

Ubiquidade

CONNECT !!!

Parece que D. Cristiano já deu o aval à contratação do novo Seleccionador Nacional. Por coincidência, segundo parece, alguém que colhe a unanimidade do Capitão da Selecção e do Presidente da Federação Portuguesa de Futebol. Quem diria ?
Para quem já percebeu ( e Paulo Bento já viu isso tarde de mais, foi Cristiano quem o pôs fora ), quem manda verdadeiramente na Selecção não é o seleccionador , mas uma nebulosa de interesses. Por essa razão, não podemos esperar, com certeza, que grandes alterações à estrutura do futebol e nas performances da equipa de todos nós aconteça enquanto aquela força de bloqueio não for apeada, exceptuando, claro está, a raríssima circunstância de poder vir a aparecer a curto prazo meia dúzia de génios.
A selecção, como que está manietada por uma clique, por um sistema, um centro de interesses que não lhe permite ser objecto de uma verdadeira revolução. Para catapultá-la novamente para os lugares cimeiros da elite do futebol, pelo menos de uma forma sustentada, seria preciso um acto de coragem para correr com todos os tachos que gravitam em torno dela e arriscar fazer de raiz , como a Alemanha já o fez e nós ao tempo de Queiroz, um trabalho sério e rigoroso, a todos os níveis , principalmente a partir das gerações mais novas, e exigindo, para além de muitas outras alterações e condições, uma política que limite drasticamente a contratação de jogadores estrangeiros , seja qual for a sua proveniência, para dar massa crítica aos nossos jovens talentos ( que são muitos e bons ).
Toda a gente, no plano das generalidades, já fez o diagnóstico há muito tempo e apontou a cura, mas o polvo é muito astuto, tentacular ( passe o pleonasmo ) e muito forte.
Em face desta indisfarçável impossibilidade, apenas podemos crer que o treinador escolhido para Seleccionador Nacional só pode ser outro homem do sistema, um lacaio que jurará não ofender a teia de interesses instalada ao redor da Selecção, a começar por aqueles que fixaram convenientemente residência nas diversas estruturas da Federação,  na liga e nas associações, passando pela rendição do nosso entusiasmo à política dos interesses profissionais e de imagem do senhor capitão da Selecção, pelos agentes dos jogadores envolvidos , nomeadamente o super-agente Jorge Mendes, sponsors, etc,etc,etc.