sábado, novembro 22, 2014

Duquesa de Alba

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"Um dia , quando menos esperares, começarás a duvidar de tudo, se tudo não terá sido apenas um sonho. E nesse momento vais acordar alagado em suores e o corpo preso à cama. À tua volta ouves murmúrios e um soluçar baixinho colado ao teu rosto; ao fundo da cama, um homem de bata branca escrevinha num papel, e vês alguém entrar no quarto com uma coroa de flores."

Passamos por este mundo porfiando a circunstância, mas alijando sempre tudo o que de algum modo possa vir a constituir-se como impedimento ao necessário equilíbrio vital, tudo o que impeça a nossa sede de vontade e desejos. A vida, afinal, aconteceu-nos , involuntariamente, ou seja, não pregámos prego nem estopa para o seu desabrochamento, nem tão-pouco fomos brindados com qualquer tipo de justificação ou nota prévia, depois. Contudo, a partir desse momento ficamos amarrados a um fado, fado esse que teremos de tocar para a frente e que será todo feito à nossa custa. Se falharmos, como dizem os trolhas, teremos de nos aguentar à bronca, mas se , pelo contrário, for potenciador do regular fornecimento de dopamina, com certeza que mais tarde teremos muita pena de sucumbir à inevitabilidade.
Ela nasceu linda para o mundo, como se comprova, e fez da vida um passo doble, com muitos olés. Naturalmente que teve muito reveses e viveu o negro do sofrimento, mas nada a impediu de responder, mesmo que desajeitada no fim, à vida com um sorriso. 
Não a conheço, de todo, nem da vida dela tive alguma vez notícia; e a circunstância dos astros terem conspirado para nascer em berço de ouro e vivido no fausto, seria razão suficiente para não pegar no assunto, mas a sua beleza hollywoodesca e frescura jovem de antanho, contrastando com a deformação aviltante das plásticas que o seu rosto de 88 anos exibia no fim, confundiu-me.