segunda-feira, maio 25, 2015

As formiguinhas

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A globalização amarela

Era o mundo da abundância e da saborosa preguiça, mas depois vieram as formiguinhas e, zás!... 

O regime instalado em Pequim, desde Mao Zedong, é hoje, em termos políticos e económicos, um absurdo paradoxo de tangência. Conseguir erguer e desenvolver, como se constata,  uma economia híbrida de planeamento socialista à boleia do Capitalismo mais radical e selvagem que existe, é obra. A China, pela marca que está a deixar no panorama político-ideológico dos sistemas e regimes, parece apostada em realizar o mais antigo e manipulador slogan da direita, que é o de fazer de cada pobre e miserável socialista chinês um rico e anafado capitalista, dando assim corpo ao tão propalado Capitalismo Popular. Todavia, será assim? Lembremo-nos que estamos a olhar para um país que está a caminho dos dois mil milhões de seres humanos, portanto, a escala em que colocamos as diversas considerações sobre a política deste gigante terá forçosamente de ser tida em conta. Admitindo que e as notícias que chegam do oriente sobre a proliferação de milionários e do desenvolvimento e expansão de uma larga classe média mais abonada é verdadeira, como parece demonstrar o apetite voraz e as exportações dos grandes fabricantes deste planeta para a China, não-nos podemos esquecer, porém, que a maior parte da população chinesa vive abaixo do limiar da pobreza. Está bem, eu sei que este colosso é actualmente o maior exportador mundial e o segundo maior importador de bens depois dos EUA; gere os maiores excedentes mundiais da balança comercial e de pagamentos, detém um terço das reservas mundiais e o maior fluxo de poupança do mundo e parece ser o país que estabelece os preços de numerosos produtos ao nível do comércio mundial. Em suma, a influência da China continua a crescer. 
Na verdade, a entrada da China na Organização do Comércio Mundial, há uns anos, foi um marco importante na alteração e definição do xadrês Mundial cujas consequências, no plano financeiro e geo-político, ainda estão naturalmente por determinar. Acompanhada também pelo extraordinário desenvolvimento económico e expansão dos restantes países ditos emergentes ( os BRICS ), e do estabelecimento a oriente da nova praça financeira de negócios ( como ficou bem ilustrado com o aparecimento do novo banco internacional proposto pela China - rival do Banco Mundial ), este movimento e deslocação em massa da maior fatia da actividade económica mundial para oriente prefigura hoje o declínio do designado Mundo Ocidental, particularmente dos Estados Unidos e da Europa. Estes países, ditos emergentes, pulverizaram completamente os mercados com uma política comercial altamente agressiva e competitiva, fruto, naturalmente e na maior parte dos casos , da exploração desenfreada e das duras condições de trabalho impostas aos trabalhadores - falava-se que a OIT ( Organização Internacional do Trabalho ) ainda quis fazer algumas recomendações à China sobre as condições laborais existentes naquele país. Pois: blá-blá-blá-blá-blá-blá...
Com este cenário a desenhar-se há vários anos e com uma Europa incapaz de conseguir dar uma resposta cabal ao desafio que o novo mundo  lhe coloca, para além dos nacionais interesses egoístas do primeiro nós e depois vamos lá a ver, bem patentes nas políticas impostas pela Alemanha ao resto da Eurozona, nomeadamente contra os países do sul , vamos lá ver que  futuro nos está reservado.