terça-feira, outubro 13, 2015

O rato e a ratoeira

CONNECT !!!
"Quando se juntam as peças do puzzle, o pior até parece fazer sentido."


Segundo António Costa, a reunião que se realizou entre as delegações dos três partidos que decorreu na sexta-feira passada na sede nacional dos sociais-democratas, em Lisboa, que durou cerca de três horas, teria sido bastante inconclusiva. Percebendo que o rato poderia estar a fugir-lhe da ratoeira, pelos ecos que lhe chegavam da reunião "muito produtiva" que Costa tinha tido com o PC, e com a  arrogância habitual que o caracteriza, Passos Coelho admitiu então à comunicação social que a coligação iria fazer um exercício um bocadinho mais atrevido nas suas cedências para conseguir tramar o rato e levá-lo finalmente à ratoeira que forjara. Para o efeito, iria elaborar um documento de compromisso mais sério, que mais tarde passaria a ser designado por documento facilitador de um compromisso. 
Este exercício de apego ao poder, revelado por uma direita desesperada, assentaria basicamente, pelos vistos, na aceitação quase integral do programa macroeconómico apresentado pelos socialistas na campanha eleitoral. Até a flexibilização das metas do défice e o corte dos 600 milhões na Segurança Social, já para não falar no compromisso solene por parte da coligação de consultar sempre o PS quando estivessem em causa questões de ordem estrutural,  não constituiriam entrave algum para viabilizar a todo o custo um acordo com aquele partido. Ou seja, o PSD e o CDS, de acordo com todos os sinais evidenciados, parece estarem dispostos a vender a alma ao diabo, mudando até, para o efeito, a sua própria identidade política apenas para se perpetuarem no poder, passando  desse modo a serem eles os verdadeiros bastiões da esquerda antiausteritária. É preciso muito despudor, valha-nos Deus.
Por tudo isto, é preciso que o senhor rato tenha muito cuidado e suprema atenção para  não se deixar encurralar na ratoeira que lhe estão a montar.