sábado, outubro 03, 2015

Golpe de Estado

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A posição que Cavaco Silva tomou de não participar, na qualidade de Presidente da República, nas comemorações do dia 5 de Outubro, que é exactamente a data da implantação da República Portuguesa, pode ser considerada como um gesto de ofensa grave à magistratura que democraticamente lhe coube, como até mesmo considerar-se um gesto de alta traição à Pátria. Cavaco não se pode esquecer que foi eleito pelos portugueses para simbolizar e representar a República Portuguesa, e não haverá motivos nenhuns do mundo, excepção feita, naturalmente, a situações muito ponderosas, como o seu estado de saúde, por exemplo, que o possam impedir de estar presente num acto tão solene da vida pública portuguesa. 
Mas a direita, esta direita que está agora no poder, parece não saber o que é a República nem o regime democrático. O Presidente da República, pela maneira pouco ética como encara o dia mais sagrado do regime, não será com certeza republicano, ou pelo menos um republicano convicto. Como se candidatou à Presidência da República e como foi eleito, é hoje, pelos vistos, um mistério ou um dilema. O governo da República, por sua conveniência, passou estes 4 anos a afrontar o Tribunal Constitucional, um dos pilares do regime democrático pondo em causa permanentemente a estabilidade do País. A conclusão política a que se pode chegar sobre esta direita que está no poder, quer na conduta anti-republicana do Presidente da República quer no comportamento antidemocrático do governo, é que o regime mais adequado para ambos exercerem o poder e darem asas à sua irreprimível prepotência, é a ditadura , um regime que parece até grangear junto do povo, como as sondagens demonstram, muita simpatia.