sexta-feira, outubro 02, 2015

Quem são as forças partidárias?

CONNECT !!!

Estes já sabemos todos quem são e o que defendem. Mas não obstante o que fizeram nestes quatro anos de governação, ainda conseguem enganar a maior parte do povo. Será que nós, portugueses, merecemos a liberdade conquistada no 25 de Abril? Não continuamos a revelar, infelizmente, tiques salazarentos no nosso devir histórico?
- O país exulta e rejubila hoje de contentamento. O Senhor Presidente do Conselho conseguiu salvar-nos da desgraça e pôs as finanças públicas em ordem. Por esse Portugal fora , desde as mais recônditas aldeias até às vilas e cidades, as gentes da nossa terra acorrem às casas do povo para celebrar e dar vivas ao salvador da Pátria; o foguetório já estrela no ar e os ranchos folclóricos e corais já cantam e bailam de satisfação porque o nosso Presidente do Conselho conseguiu que o nosso cantinho à beira-mar plantado fosse arrancado ao fundo dos infernos. Portugal é hoje um exemplo para o mundo de paz e de harmonia - Numa casa portuguesa fica bem, pão e vinho sobre a mesa, quatro paredes caiadas e um cheirinho a alecrim... 
Pobres, mas honrados.


Será que a chamada esquerda revolucionária não se deslumbra facilmente com os 15 minutos de fama que teriam todas as pessoas no futuro, como profetizou Andy Warhol ? E que tudo o mais não passará de um fogacho panfletário e inconsequente, apenas flores de retórica que sabe sempre bem trazer debaixo da língua para o debate ? Será que esta gente está preparada para assumir o poder, ou esperam ( mas já passou muito tempo )por aquele dia para descer à rua e fazer a revolução? A política não é nenhuma passerelle! 
Eu sei que as propostas de justiça são sempre música celestial para os ouvidos. Mas, e o resto? O resto é tudo, o resto é a "realpolitik", é a realidade política que nos bate à porta com todo o fragor. É preciso e urgente dar agora respostas concretas e exequíveis para uma verdadeira mas pragmática política de esquerda, tendo em conta as legítimas aspirações do povo , mas também entendendo a geografia eleitoral do País. Se não se levar essa distribuição de votos em consideração, vamos continuar, obviamente, a cometer o mesmo erro, por julgar que o povo é uma entidade política únivoca sem inclinações políticas e até ideológicas.  

E o Partido Comunista, será que alguma vez vai mudar, será que alguma vez vai recentrar o seu programa nas prioridades do País e não na sua proposta salvífica marxista-leninista? Será que de uma vez por todas o P.C. estará interessado em fazer cedências e assumir compromissos sérios e pragmáticos com as outras forças de esquerda para resolver verdadeiramente os problemas da sua classe trabalhadora e do povo? Estaremos a pedir demais ou o seu enquistamento trazido da clandestinidade a somar à franja de eleitorado que vem mantendo ao longo das sucessivas eleições é suficiente para continuar assim por mais 40 anos sem bulir com as soluções que importa encontrar para acabar com este estado de coisas? Entretanto a direita vai eternizando-se do poder, até acabar um dia numa ditadura.  


Finalmente, o Partido Socialista. Quem é o P.S.? É um partido de centro esquerda ou de centro direita? Convenhamos que em matéria de conteúdo programático ele pouco se diferencia da ala Social-democrata do P.S.D. Mas mesmo dando de barato que assim seja, teremos de reconhecer que no que concerne às conquistas do Estado Social existe uma ligeira diferença. As políticas do P.S. tem um rosto muito mais humano e distanciam-se velozmente da ideologia neo-liberal deste governo. Existe hoje no P.S. uma ala jovem destemida de esquerda que iniciou agora a sua caminhada para a conquista do poder dentro do partido e que se perfila , no caso de isso vir a acontecer, para alterar a política de alianças do P.S. e estabelecer pontes com as outras forças de esquerda. Vamos esperar que tal desiderato aconteça.