O medo

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A única coisa que Passos Coelho e Portas têm para oferecer nesta campanha eleitoral aos  portugueses é um inferno de medo, um filme negro a lembrar aqueles que se exibiam no passado da série B.  Como estão verdadeiramente obsecados em exercer sobre todos nós, sobretudo sobre os mais incautos ( e são muitos, infelizmente ), um verdadeiro tratado de terrorismo psicologico, para nos apavorar, e com isso levar-nos a votar novamente neles, parece que perderam todas as estribeiras e entraram definitivamente no jogo do vale tudo menos tirar olhos: a mentira é desbragada  e a hipocrisia sem limites, a canalhice, a mais abjecta, e a infâmia, a mais atróz. Enfim, todo a farsa do mundo para servir os interesses do grande Capital, os interesses de quem eles verdadeiramente dependem e defendem, que não os do povo português, como cinicamente propagadeiam. Para além de terem praticamente toda a comunicação social a seu favor ( os homens do dinheiro ) - TV, rádio, jornais e redes sociais, comentadores aos magotes, e todo o tempo do mundo para fabricarem a toda a hora e a todo o instante todo o tipo de manipulação contra o único partido que lhes poderá fazer frente, o Partido Socialista - ainda contam com a ajuda inestimável do pior Presidente da República da história da democracia portuguesa e da influência sempre indispensável , umas vezes de forma velada, outras vezes de forma explicita, das instâncias europeias, do FMI, dos mercados e das agências de ratting, enfim , do mundo Financeiro em todo o seu explendor.

Agora vou dar alguns exemplos recentes da hipocrisia deste bando de delinquentes. 

Aqui vai:

alguém saberá dizer por que razão uma televisão pública, que deve estar ao serviço dos interesses de todos os portugueses ( e não só de alguns ), criou ontem uma rábula no programa " Prós e Contras", sob o título " Alguém acredita que se o partido socialista estivesse no governo haveria um primeiro-ministro sob investigação?", unicamente para prejudicar e achincalhar o Partido Socialista com a questão Sócrates? Eu bem sei que que cabe ao director de informação definir programas e conteúdos, mas não tornemos as coisas mais risíveis do que aquilo que elas são. É claro, como água, que esta foi mais uma encomenda do senhor do governo que tutela a estação;

outro exemplo: como pode o Dr. portas , ao arrepio da modernidade e das conquistas que as mulheres alcançaram , nomeadamente no campo dos direitos, das liberdades e da sua independência, querer encurralar novamente as mulheres dentro de casa ( a célebre fada do lar ), como se fossem seres de segunda, quando afirma convicta e categoricamente que "  As mulheres sabem que têm de organizar a casa e pagar as contas a dias certos, pensar nos mais velhos e cuidar dos mais novos", como se a gestão destas tarefas não coubessem aos dois sexos?

E o crescimento, que o Governo faz tanta questão de apresentar  como resultado das suas políticas? Terá sido assim mesmo, como alegam, ou foi conseguido muito à custa do consumo interno por interferência directa do Tribunal Constitucional que fez novamente aumentar o rendimento das famílias e não ao contrário como preconizava o Governo? E tudo isto sem falar na queda do preço do petróleo e das taxas de juro. 

Fiquemos por aqui.

O povo sabe rezar a Santa Bárbara quando troveja, mas agora a borrasca é de tal forma grande que apenas uma intervenção divina poderá salvar estes salafrários.