sexta-feira, setembro 11, 2015

Pinóquio

CONNECT !!!

A mentira como método, diz  João Galamba, é o truque que Passos Coelho arranjou, mais uma vez, para tentar enganar e condicionar o povo , levando-o assim à certa no dia das eleições. Passos mente e mente descaradamente. E fá-lo com tal desfaçatez, que até pede meças ao mais pintado.
Vejamos:
Passos mente, quando nega que já acordou com Bruxelas um corte de seiscentos milhões nas pensões; 
mente, também, quando quer exorcizar a Troika pelos males que infligiu aos portugueses, como se ele não tivesse sido das primeiras pessoas a regozijar-se e a exultar com a sua vinda, alegando mesmo que aquele era o seu programa, e que pretendia mesmo ir além das metas propostas pelo Memorando; 
mente,  por exemplo, quando afirma que Portugal está com um bom índice de crescimento, quando todos sabemos que este, apesar de anémico, foi muito alcançado à custa do consumo interno, e que apenas se deveu à corajosa intervenção do Tribunal Constitucional que obrigou o Governo a devolver os cortes das pensões e dos salários da Função Pública; 
mente, ainda, quando nos quer fazer crer que foi devido às suas políticas que as taxas de juro baixaram e não em razão da intervenção do BCE que pôs termo à crise das dívidas soberanas e ao fim dos juros altos com que os mercados estavam a estrangular os países intervencionados;
mente, também, quando diz que as privatizações eram necessárias para ajudar a baixar a dívida pública quando, na verdade, ela aumentou mais de 30 pontos percentuais;
mente, ainda, de forma descarada, quando nos quer convencer que o desemprego baixou, quando na verdade as estatísticas que ele menciona estão todas aldrabadas ( e ele sabe que estão ), porque não conta com os quase meio milhão de portugueses que emigraram, com os mais duzentos mil trabalhadores que deixaram de procurar activamente emprego, porque não o encontram, e com os mais de cento e cinquenta mil estágios que o Governo arranjou para forjar os números das estatísticas. De facto, toda esta gente saiu das listas das estatísticas como se tivessem encontrado emprego. Mas tal como aponta o FMI, o desemprego real em Portugal ronda hoje os 20% e não os 11,4% que Passos nos quer impingir. 
Enfim, podíamos levar o dia todo a desfiar o rosário de mentiras de Passos Coelho, mas não vale a pena, basta tão-só lembrar as promessas que ele fez na campanha eleitoral de 2011 para ficar tudo esclarecido.
Agora, depende novamente dos portugueses quererem ou não embarcar outra vez no conto do vigário.