sábado, abril 27, 2013

O Holocausto espanhol

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"É imperioso libertar os Estados da loucura especulativa dos Mercados, que tudo varrem na vertigem de lucros estratosféricos."

A propósito do desastre da esquadra Espanhola na Alemanha, cujas forças divididas em duas frentes ( Barcelona e Real Madrid ) foram esmagadas e quase exterminadas pelos pangers das daWehrmacht, levando até a crer, aparentemente, no possível ocaso da sua hegemonia no desporto-rei, veio-me de repente à ideia alguns avisos e pedagógicos conselhos de gente muito avisada sobre o papel nevrálgico ( para o bem ou para o mal ) que a Alemanha tem e terá no contexto da União Europeia.
Na verdade, a Alemanha sempre sonhou ser a grande potência da Europa. Desde o Sacro império Romano-Germânico, passando por Otto Bismarmarck a Adolf Hitler, que o sonho imperialista alemão nunca deixou de estar presente na cabeça de alguns dos seus dirigentes. Agora, em pleno século XXI, depois de um obrigado hiato histórico e de concluído o desiderato da reunificação, a Alemanha começa de novo a querer emergir do letárgico torpor em que se encontrava e voltar a surpreender o Mundo com a sua ideosincrática personalidade. 
A Alemanha, através de uma liderança politica muito forte, ideologicamente muito próxima dos grandes bancos alemãs e do Capital Financeiro em geral, protagonizada e conduzida com mão-de-ferro pela luterana Angela Merkel, tem vindo a obrigar os restantes Estados-membros da União Europeia ( ou porque todos os governos e poderes na Europa se eximiram das suas responsabilidades  ou porque a maior parte perfilha a mesma ideologia ) a executar uma política de austeridade suicida que já levou parte destes países à recessão económica. Em Portugal , por exemplo, há dois anos a seguir um programa de ajustamento financeiro contratualizado ( ou imposto ) por um triunvirato (Troika) a mando da senhora, os resultados conseguidos são desastrosos:  empobrecimento generalizado, agravamento do défice das contas públicas, espiral recessiva, desemprego massivo e destruição do tecido económico.
Na realidade, o que esta política neoliberal que varre a Europa está a fazer (inadvertidamente ou não), na mais servil das ânsias em favorecer os gananciosos mercados financeiros, é trazer de novo para a ribalta o espectro da guerra e os famigerados fantasmas de Berlim. Por isso aquelas manifestações tão exuberantemente apaixonadas a que assistimos naqueles estádios, muito embora naturalmente reconhecido o seu cariz desportivo, não deixaram ,porém, de remeter-nos para outros tempos mais sombrios e outras celebrações de má memória que, também a propósito de enaltecer os feitos dos atletas e do desporto em geral, serviu  publicitadamente para exaltar a supremacia da raça ariana. As consequências devastadoras deste pensamento alemão, com as imagens ainda bem presentes do Holocausto na memória fresca das pessoas, e que a História não deixará nunca de continuar a julgar, começam novamente a pairar no espírito dos cidadãos europeus.