sábado, maio 30, 2015

O telemóvel

CONNECT !!!

O telemóvel tornou-se uma ferramenta indispensável senão mesmo um dos acessórios mais importante que utilizamos diariamente, tal como uma extensão do nosso próprio corpo e sem o qual o homem urbano, particularmente, teria alguma dificuldade hoje  em cumprir o desiderato do quotidiano. 
Enquanto ser comunicacional e a viver numa sociedade em que as tecnologias da informação e a rapidez destas são a chave para ter sucesso, o uso do telemóvel pode ser a quintessência na resolução de muitos problemas e um apoio inestimável para olear a roda dos afectos.
- Mas os portugueses, senhor, porque lhes infligistes tanta imoderação e verborreia estéril? O telemóvel para os portugueses funciona como uma terapia: desarmam o gatilho e de imediato começam a dar à língua a torto e a direito, por tudo e por nada.
No início da revolução, poucas pessoas eram possuidoras deste artefacto, como acontece sempre quando aparece uma inovação, mas o português, óptimo observador e penitente compulsivo no palco das vaidades, logo se encarregou de marcar o território da exibição, gerindo-o a gosto e babando-se de prazer - era vê-los, enfatuados, preclaras personalidades a falar alto e bom som para o tijolo, qual ave canora em volúpia egocêntrica, enquanto pelo canto do olho espreitavam os basbaques e invejosos que, dissimuladamente, assistiam impotentes aqueles monólogos de ópera bufa.
Actualmente, o bicho parece que se democratizou, a tal ponto que, nos lares lusitanos, o senso até se perde a contar o número de espécimes.

Naturalmente que o objecto foi imaginado para desempenhar uma tarefa essencial: estabelecer comunicação, mas, para além disso e concomitantemente, também para encurtar distâncias, solucionar urgências, mitigar solidões, e por aí fora. Obviamente que o tijolo hoje é já uma máquina completamente diferente, sofisticadíssima, repleta de funções e de outros atributos, mas, no fundamental, continua ainda a ser o veículo da tagarelice.