terça-feira, abril 03, 2012

O Cangalheiro da Nação

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Duas notícias publicadas por estes dias tiveram um eco dramático na consciência dos portugueses . A primeira , do
Director geral da Saúde, Francisco George, que admitia existir uma diferença de tratamento
nos doentes oncológicos do país. "Os portugueses com cancro não são todos tratados da mesma
maneira, nem os rastreios oncológicos funcionam da mesma forma ao longo do país.
Temos de assegurar a equidade no acesso aos rastreios e ao tratamento do cancro . Os
cidadãos têm de ser diagnosticados e tratados da mesma forma, como têm direito",
dizia ele.
A outra notícia, com temática igual , chamava a atenção dos portugueses para as dificuldades que os hospitais estavam a ter na obtenção de medicamentos para combater o cancro . Face ao corte nos seus oçamentos, os hospitais estão a ser obrigados a comprar os remédios mais baratos, excluíndo dessa forma
os medicamentos mais recentes e activos que estão disponíveis no mercado.
Os oncologistas afirmam que esta opção põe em risco a
saúde dos doentes.
As medidas que no campo da Saúde têm vindo a ser postas em pratica por este Governo, tornou claro que o seu objectivo final é a destruição do Serviço Nacional de Saúde e a assumpção progressiva da medicina privada, dos seguros de saúde, um negócio vampiresco a que a direita dos lobies quis sempre deitar a mão. Não é por acaso que os partidos da maioria, bem apoiados ( como em quase tudo ) por quase todos os pasquins da nossa praça e pelos arregimentados comentadores de serviço, vão deixando passar a ideia de que o Serviço Nacional de Saúde não tem viabilidade financeira, tentando desse modo condicionar a razão dos portugueses para que eles acabem por rejeitar esta grande conquista civilizacional . E a táctica não é nada despicienda, veja-se, por exemplo, como insidiosamente o governo vai criando as condições para empurrar os utentes para os hospitais privados ( que estão a nascer por toda a parte), na premissa de que o Serviço Nacional de Saúde não está a conseguir responder às suas necessidades : o aumento brutal das taxas moderadoras, a continuada falta de médicos de família, o excessivo tempo de espera para uma consulta da especialidade e para uma cirurgia; o encerramento de muitas urgências, maternidades e outros serviços, a redução dos apoios no transporte de doentes, a diminuição de cirurgias e transplantes, a limitação na comparticipação de medicamentos, etc, etc, etc. Para o cangalheiro, o negócio é demasiado óbvio, como a maioria do povo já vive com o orçamento esticadíssimo, ou ficam ainda mais endividados se tiverem de pagar as contas da saúde privada , ou a morte é certa - talvez assim, como resultado desta política de extermínio, os muitos finados deste País consigam , de uma vez por todas , dar um contributo decisivo para o equilíbrio das nossas contas públicas, uma vez que deixam de ser um encargo para o Estado.