O render da guarda
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O render da guarda repete-se todos os dias ao raiar do dia e ao cair da tarde - uma acende-se, a outra apaga-se. Quando o lusco-fusco começa a insinuar-se mansamente nas ruelas e calçadas deste mundo, com o astro-rei a despedir-se lentamente na linha do horizonte; enfim, quando a jornada de trabalho está mesmo a aproximar-se do seu termo e as gentes iniciam o regresso a casa para descansar, é chegada a hora do render da guarda. Nesse momento mágico de transformação e mudança, que sempre despertou a imaginação dos artistas, pequenos pontos de luz começam a despontar por todo o lado, são lampiões de esperança que nasceram com a única e sagrada recomendação de vencer o negrume da trevas e iluminar a noite dos homens. Mas o reverso também é pujante e simultaneamente reparador. Quando a noite já inicia a sua metamorfose para dar lugar ao dia, quando a madrugada já se faz tarde e a alva indecisa se intromete na escuridão das sombras e das almas, eis que de novo o astro-rei aparece para retomar a sua figuração no cenário real oferecendo novamente luz e calor à vida. É, pois, nesse preciso momento de frescura matinal e de aromas inebriantes, quando o homem faz o caminho inverso de volta à cidade, que tudo se completa para dar lugar a mais um render da guarda: os pontos de luz , como por encantamento vão-se extinguindo e o grande deus flamejante, empreendendo mais uma ascensão até ao zénite, vai cumprir mais um ciclo solar.
PS. Este postal fantástico é da lavra do meu filho.
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