terça-feira, março 18, 2014

Vai à Merkal, Passos! Vai à Merkal!

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Passos e Merkel acertam a melhor saída para Portugal.
Pedro Passos Coelho foi esta terça-feira a Berlim receber novas ordens da chanceler alemã. 
Como alguém pouco avisado disse, o rapaz até queria que o mundo fosse igual às suas fantasias. Mas, de facto, não se conseguem alterar os números, por mais voltas que se dê e equações que se faça. É que eles falam de ruína e de colapso financeiro. Depois, para rematar o aviso ainda, também poderia pensar-se que ele viveria em permanente negação ( coitado! ) ou que o país sonhado não seria bem aquele em que vivem tristemente os portugueses. Mas não, ele não estava enganado, ele nunca se enganou. O povo é que foi enganado. Este Primeiro Ministro, muito antes das eleições que o levou ao poder já dizia ao que vinha, elencando até na altura o rol de misérias que iria provocar. Mas grande parte da população que o ajudou a atingir esse objectivo, ingenuamente, parece ter visto nele o salvador - do Grande Capital é que não sabiam. Afinal, tudo o que aconteceu até aqui fez parte de um elaborado e maquiavélico plano, até a saída airosa que Merkel já autorizou.
Aqui há uns anos atrás, a Argentina também saiu do buraco, na avaliação dos mercados, mas ficaram famílias inteiras a dormir na rua, dizem. 
Diz-se que a democracia tem uma existência tão fina que se o vento soprasse com mais força ela desapareceria. 
Os Senhores da Terra, por vicissitudes várias, foram obrigados nos últimos cem anos a fazer cedências aos movimentos de emancipação de massas, já que não estavam a encontrar argumentos nem soluções ( e nós sabemos muito bem de que tipo ) para estancar a hemorragia de reivindicações e a tentativa de institucionalização e perenidade do cada vez mais abrangente e generoso Estado Social. Esta lenta transformação social, impulsionada em grande medida pelo temor que sempre representou para o Grande Capital a revolução Bolchevique e o Maoísmo , durou ainda largos anos, com o incómodo de ter deixado algumas sequelas espalhadas pelo Mundo, até que se deu o colapso do império Soviético e a consequente queda do muro de Berlim. A partir daí, estavam novamente criadas as condições para o todo poderoso Capital voltar a surgir e a dominar o Mundo a seu belo prazer. A governação de Regan, de Thatcher e especialmente a de Bush filho também deram um contributo importante para este renascimento, que foi acompanhado de perto pelo ocaso e cedência ideológica dos partidos social-democratas e socialistas da Europa ante o Capital. A desregulação dos mercados financeiros e a Globalização financeira, que permitiu àqueles alargarem a sua esfera de influência a todas as zonas do Mundo ( um casino global ), e a significativa mudança de orientação política na China, com os "comunistas", paradoxalmente, a tornarem-se capitalistas depois deste país ter entrado na Organização Mundial do Comércio, também foram factores nada despisciendos a exercer influência neste jogo de poderes. Mais tarde, já no fim do mandato de Bush, foi o fenómeno do Subprime, uma inventona da Banca e dos Mercados financeiros para destabilizar completamente a economia mundial e provocar uma crise nas dívidas soberanas, ganhando biliões e biliões de dólares com isso, que acabou por dar rosto final a todo este explendoroso renascimento da fénix. Este domínio avassalador do Capital financeiro, que mandou às urtigas o garrote regulador do poder político, que está ( diga-se em abono da verdade ) completamente manietado , apesar das declarações feitas na altura por Obama e por alguns dirigentes europeus em sentido contrário, nas quais se propunham meter a Banca e os mercados na ordem, não tem oposição nenhuma, sendo até, de há uns tempos a esta parte, o Estado Social que está a ser posto em causa, considerado como uma excrescência a eliminar, para deleite e conforto dos Senhores da Terra. 
Dizia há tempos Warren Buffett, um dos homens mais ricos do Mundo, com toda a arrogância que se lhe reconhece, que havia uma guerra surda de classes, e era a dos ricos ( a dele ) que estava a ganhá-la. Como sempre - Que o digam também os patriotas Belmiro, Amorim e Alexandre Soares, que viram neste último ano de crise os portugueses continuarem a empobrecer dramaticamente, mas o pecúlio de Suas Excelências a aumentar significativamente.