domingo, maio 31, 2015

Lapsus linguae ou ambição desvairada

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Não é fácil fazer uma sinopse deste filme já que estamos perante um território muito elaborado ( ou talvez não! ). Apesar da forte tendência para a volatização das ideias e dissolução de carácteres ( o que hoje se diz, pode amanhã já não ser verdade ), podemos, no entanto,  sumariar o plexo das contradições da protagonista e reconfigurar as orientações do roteiro.
O que a ministra das Finanças, Maria Luis Albuquerque, fez no colóquio com a " jota" do seu partido foi um salto quântico, que nem o mais reputado físico de partículas consegue decifrar, ou, então, um hipnótico exercício de meditação de índole transcendental sobre a natureza cíclica e impermanente da sustentabilidade da Segurança Social. Porém, eu creio mais no reino do muito prosaico comportamento humano, e assino a tese de que este "lapsus linguae foi antes uma atitude interessada de cracia-capilaridade para aceder a sinecuras que de outro modo são sempre mais difíceis de alcançar. Pela mostra, parece que a ambição é gigantesca e vale tudo, até tirar olhos. Na realidade, para mostrar aos senhores do grande  Capital de quanta crueldade se faz um tacho, até se manda um partido em plena campanha eleitoral às urtigas e para a rua da amargura os reformados deste País. 
Os poderes sombra apreciam muito estes gestos tão ternurentos de cultura eugénica e, habitualmente, tendem a não desperdiçar estas  tão talentosas e solícitas promessas.