Rhapsody in blue
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Até os Deuses conspiram quando nasce uma obra prima musical, seja ela de Mozart ou de Sting.
"A música é para mim como o ar que respiro, não poderia viver sem ela "
É desde tempos imemoriais que apreciamos, deslumbrados, o som das esferas - coisa do domínio da emoção estética, creio.
Diz muita gente por aí que a musica que se fez e ouviu ao longo da história, é ( e será sempre ) música datada e nunca música perene. Datada pela época que a viu nascer e viveu, ou então definida pelo período da sua existência funcional. Deste modo, as épocas e os estilos musicais foram sempre sucumbindo para dar lugar a novas épocas e novos estilos, habitualmente introduzidos por gerações mais modernas. E nem a chamada grande música, ou música clássica, resistiu ao crivo do tempo e das modas por mais que tenha sido ( ou continue a ser) venerada, universalizada e intemporalmente considerada.
A música popular urbana ( que é a que me trouxe aqui ), associada a movimentos e modas culturais, só aparece após a urbanização e a industrialização da sociedade, mas rapidamente transforma-se no género musical mais icónico do século XX, escutada no dia-a-dia, presente nas festas e eleita para dançar e socializar. Recentemente, com a revolução do ciberespaço e do mundo hi-tech, que está a conduzir a humanidade para uma aceleração de tempo imparável , os ciclos que regulam o gosto musical tornaram-se mais curtos. Basta apenas a passagem de uma geração para outra para tornar obsoleta a vanguarda que até aí ditou o mainstream. Porém, o novo movimento ( a nova vanguarda ) também ele se vai cristalizar numa imagética e numa lírica totalitária que não transigirá nem contemporizará um milímetro sequer do seu eterno presente com os demais gostos musicais - quer os do passado recente, quer ( e, muito especialmente ) os do imediato futuro. É mais uma dura ortodoxia que se instala ( no meu tempo é que era ), com os seus directores de gosto, clubes de fãs, guarda pretoriana e tudo o mais. De todo o modo, a pressão implacável que a emergente tendência musical vai imprimir ao establishment, com novas sonoridades, mitos e por vezes formas de estar, de vestir e de comunicar diferentes, enfim, quase podendo falar-se no advento de um novo contexto cultural ( para quem o vive, naturalmente), não vai deixar margem para recuos históricos - ao velho sucederá o novo, lá dizia o senhor de La Palisse. Quatro anos, mais coisa menos coisa, seria a duração ideal para o novo estilo musical se implantar e constituir-se como marca de referência nos ouvidos dos jovens. Primeiro, uma fase de incubação e posterior desabrochamento como novidade, seguindo-se depois o tempo de disseminação mais geral e maturação, e, mais tarde, a consolidação como mito urbano com o seu pico de popularidade. Por fim, ocorrerá o ocaso, inexoravelmente, e o destino para sempre traçado na voragem dos tempos, muito embora reencarne por vezes, fugazmente, em programas de carácter evocativo.
Outros apaixonados pela arte, ao contrário, entenderão que a música, com todas as suas variantes melódicas, geográficas e epocais será para sempre eterna, não admitindo por isso que o seu poderoso arrebatamento musical possa vir um dia a desaparecer da audioteca do Mundo. A música será sempre toda e qualquer música, e a cronologia e a legião de gostos a marca intemporal da sua versatilidade. E para que este fenómeno se perpectue, na eventualidade de aparecerem algumas redutoras resistências, ministrar-se-á um corrector pedagógico proficiente de modo a levar as ovelhinhas tresmalhadas ao redil atávico das convicções dos mestres. Com este tratamento, o deficiente e deseducado gosto musical dos recalcitrantes será apurado e refinado e a pauta completa. Tudo muito simples, como se deduz.
Mas a música é sobretudo emoção, comoção e sentimento, pois pertence à arte das musas, como diziam os gregos, e não se compadece com teorizações e racionalizações, apesar da matemática e da lógica imperarem nas pautas e nos arranjos harmónicos e com isso influenciar a percepção auditiva.
É desde tempos imemoriais que apreciamos, deslumbrados, o som das esferas - coisa do domínio da emoção estética, creio.
Diz muita gente por aí que a musica que se fez e ouviu ao longo da história, é ( e será sempre ) música datada e nunca música perene. Datada pela época que a viu nascer e viveu, ou então definida pelo período da sua existência funcional. Deste modo, as épocas e os estilos musicais foram sempre sucumbindo para dar lugar a novas épocas e novos estilos, habitualmente introduzidos por gerações mais modernas. E nem a chamada grande música, ou música clássica, resistiu ao crivo do tempo e das modas por mais que tenha sido ( ou continue a ser) venerada, universalizada e intemporalmente considerada.
A música popular urbana ( que é a que me trouxe aqui ), associada a movimentos e modas culturais, só aparece após a urbanização e a industrialização da sociedade, mas rapidamente transforma-se no género musical mais icónico do século XX, escutada no dia-a-dia, presente nas festas e eleita para dançar e socializar. Recentemente, com a revolução do ciberespaço e do mundo hi-tech, que está a conduzir a humanidade para uma aceleração de tempo imparável , os ciclos que regulam o gosto musical tornaram-se mais curtos. Basta apenas a passagem de uma geração para outra para tornar obsoleta a vanguarda que até aí ditou o mainstream. Porém, o novo movimento ( a nova vanguarda ) também ele se vai cristalizar numa imagética e numa lírica totalitária que não transigirá nem contemporizará um milímetro sequer do seu eterno presente com os demais gostos musicais - quer os do passado recente, quer ( e, muito especialmente ) os do imediato futuro. É mais uma dura ortodoxia que se instala ( no meu tempo é que era ), com os seus directores de gosto, clubes de fãs, guarda pretoriana e tudo o mais. De todo o modo, a pressão implacável que a emergente tendência musical vai imprimir ao establishment, com novas sonoridades, mitos e por vezes formas de estar, de vestir e de comunicar diferentes, enfim, quase podendo falar-se no advento de um novo contexto cultural ( para quem o vive, naturalmente), não vai deixar margem para recuos históricos - ao velho sucederá o novo, lá dizia o senhor de La Palisse. Quatro anos, mais coisa menos coisa, seria a duração ideal para o novo estilo musical se implantar e constituir-se como marca de referência nos ouvidos dos jovens. Primeiro, uma fase de incubação e posterior desabrochamento como novidade, seguindo-se depois o tempo de disseminação mais geral e maturação, e, mais tarde, a consolidação como mito urbano com o seu pico de popularidade. Por fim, ocorrerá o ocaso, inexoravelmente, e o destino para sempre traçado na voragem dos tempos, muito embora reencarne por vezes, fugazmente, em programas de carácter evocativo.
Outros apaixonados pela arte, ao contrário, entenderão que a música, com todas as suas variantes melódicas, geográficas e epocais será para sempre eterna, não admitindo por isso que o seu poderoso arrebatamento musical possa vir um dia a desaparecer da audioteca do Mundo. A música será sempre toda e qualquer música, e a cronologia e a legião de gostos a marca intemporal da sua versatilidade. E para que este fenómeno se perpectue, na eventualidade de aparecerem algumas redutoras resistências, ministrar-se-á um corrector pedagógico proficiente de modo a levar as ovelhinhas tresmalhadas ao redil atávico das convicções dos mestres. Com este tratamento, o deficiente e deseducado gosto musical dos recalcitrantes será apurado e refinado e a pauta completa. Tudo muito simples, como se deduz.
Mas a música é sobretudo emoção, comoção e sentimento, pois pertence à arte das musas, como diziam os gregos, e não se compadece com teorizações e racionalizações, apesar da matemática e da lógica imperarem nas pautas e nos arranjos harmónicos e com isso influenciar a percepção auditiva.
De facto, definir a música não é tarefa fácil, no entanto ela é considerada como uma
manifestação cultural por excelência. A música é, pois, considerada uma das formas mais sublimes da expressão humana, um fenómeno natural e intuitivo que abrange toda a humanidade , não apenas no seu conjunto e geografia , mas também na pegada histórica que deixou, uma vez que existe desde que o homem começou a ouvir e a emitir sons até aos dias de hoje - Não se conhece nenhum povo, nem lugar, nem época que não possua a sua lírica.
A música é, portanto, a arte e a técnica de combinar sons de forma melodiosa, transporta estados de alma, memórias e vivências fantásticas, plasmadas no espaço e no tempo.
A música pode induzir à criação de padrões de comportamento e gerar mentalidades, naturalmente incorporada num espírito da época e na iconografia dominante, porque a música produz significado. Diz-se, por vezes, que o ouvinte não consegue atingir a mensagem do compositor e por isso reinterpreta o "material musical" a seu gosto produzindo outro significado. Esse significado será balizado no próprio critério do ouvinte, que envolve não só o seu conhecimento, a sua cultura e o seu estado emocional, as suas memórias e imaginação, mas ,sobretudo, o envolvente e diáfano manto da sua espiritualidade.
Poderíamos tentar também ordenar a música em classes, conforme o seu "valor"- erudita ou popular ; em género, de acordo com a forma como se distingue quanto à natureza da sua função social - religiosa, militar, folclórica, etc.; segundo as espécies e estilos - valsa, tango , pop urbana e rock, por exemplo; e depois , num critério ainda mais estreito, como subespécie, classificá-la, neste caso, quanto à característica ligeira que a diferencia das demais. No caso do rock, por exemplo, se ele é progressivo, sinfónico, psicadélico , etc, apesar destas categorias já terem caducado há muito. De resto, tudo isto depende dos conceitos aplicados, das concepções e abordagens feitas sobre o tema.
Poderíamos tentar também ordenar a música em classes, conforme o seu "valor"- erudita ou popular ; em género, de acordo com a forma como se distingue quanto à natureza da sua função social - religiosa, militar, folclórica, etc.; segundo as espécies e estilos - valsa, tango , pop urbana e rock, por exemplo; e depois , num critério ainda mais estreito, como subespécie, classificá-la, neste caso, quanto à característica ligeira que a diferencia das demais. No caso do rock, por exemplo, se ele é progressivo, sinfónico, psicadélico , etc, apesar destas categorias já terem caducado há muito. De resto, tudo isto depende dos conceitos aplicados, das concepções e abordagens feitas sobre o tema.
Para finalizar, e no que concerne à roda hegeliana da história, as gerações mais jovens tenderão sempre a rejeitar a música e os estilos da geração que a precedeu, como os putos de hoje fazem chacota da música , não já daquela que ouviam os seus pais, porque mais afastada e arcaica, mas daquela que foi emotivamente vivida pelos jovens da faixa etária que imediatamente os precedeu, muitas vezes apenas com dois e mesmo um ano de diferença. Quer se queira ou não, toda a música, sem excepção, continuará a ser sempre ( e neste contexto, sim ) a grande Música, muito embora a existência destes ciclos sem fim de ressurreição e morte, de aparente diferença de sonoridades, estilos e gostos.
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