O génio e o embuste, ou um flop bem esgalhado

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- Génio, versus, idiotia -  Todos se perguntarão, com certeza, por que razão existe esta aparente antinomia na pessoa do nosso Ministro das Finanças? Sendo senhor de um curriculum invejável ( diz-se por aí ), como pôde Vitor Gaspar armadilhar as contas do Estado desta maneira ? Creio que esta interrogação apenas pode ter duas respostas: ou o génio é um embuste, ou o embuste faz parte de um plano mais elaborado, maquiavélico, para extorquir mais dinheiro aos portugueses. Senão, vejamos: Depois do roubo descarado aos bolsos dos contribuintes, dos cortes efectuados aos funcionários públicos e pensionistas , e depois do tremendo flop que foi a política  de austeridade que conduziu o País ao desastre, eis-nos novamente confrontados com mais do mesmo, agora em dose agravada. Enfim, um  novo assalto, em 2013, ao magro orçamento dos portugueses . Embuste ou ficção?

De qualquer forma, até o FMI, como organização integrante da Troika, já veio dizer claramente que duvida das previsões de Vítor Gaspar e que teme o pior. Afinando pelo mesmo diapasão, também  o Banco de Portugal vem dizer agora que "o défice orçamental, sem medidas temporárias, deve chegar a 6,2% do PIB este ano". E até o próprio Governo, para não ir mais longe, no dia em que aprovava o orçamento de Estado para 2013, já admitia adoptar novas medidas de contingência em caso de derrapagem orçamental. Que é isto ? É a casa da Joana, administrada pela desrazão, ou uma  " mise-en-scéne" altamente sofisticada ?  O que é facto, é que o Governo não acerta uma. O Governo falhou todas as metas a que se tinha proposto. Por tudo isto, o Governo  é ele próprio  um rotundo falhanço . Ou não ?...

Seria muita parra e pouca uva - e mesmo esta muito fraquinha ? Ou estaremos na presença do Mestre do disfarce?

Dir-se-ia que a trajectória publicitada aos quatro ventos sobre a genialidade de Vitor Gaspar não seria de todo consequente, já que ela declinou à medida que se foi cavando o fosso entre expectativas e resultados, à medida que o macroeconomês se espatifou no prosaico pavimento da realidade. E foi o que aconteceu. Mas os mercados continuam exultantes e a salivar de desejo com  os juros da dívida portuguesa novamente a subirem... Será então Vitor Gaspar , na verdade, um calhordas como aparenta ser, ou é a eminência parda deste Governo, o verdadeiro Primeiro Ministro? 

"É que os políticos podem não ser capazes de resolver os problemas do nosso Mundo. Mas como temos visto, podem agravá-los de um modo muito significativo " .