sexta-feira, abril 04, 2014

Constâncio Metralha

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É novamente a polémica requentada do BPN o assunto da semana,trazida agora à colação pelas diatribes do senhor Durão Manhoso. Só que não há mais pachorra para tanta manipulação e descaramento.
De facto, parece voltar a confirmar-se o adágio de que o crime compensa. Senão, vejamos:  os criminosos que saquearam o BPN ( para não falar também no BPP , no BCP, no Banif e de outros bancos onde as operações criativas fazem as delícias dos juramentados ), parecem estar a gozar de uma branda impunidade, quer junto da opinião publicada quer junto das instâncias de poder jurisdicional. Já Vitor Constâncio, que na altura dos acontecimentos era governador do Banco de Portugal ( e não presidente de um daqueles bancos ), mais uma vez está a ser vítima de uma campanha orquestrada pela direita  ( porque será? ), tentando responsabilizá-lo pela fraude ali cometida como se ele fosse o autor dos roubos. Concedo, muito embora seja apenas um mero espectador do mundo, que o ex-governador do Banco de Portugal possa eventualmente ter descurado alguns detalhes na apreciação do problema, embotando desse modo a supervisão que estava a ser feita, mas daí a quererem transformá-lo no epicentro deste caso de polícia, só para rir.
E tudo isto acontece, como virtuosamente diria Vilhena na sua saudosa e calejada prosa, porque o conformismo de que padece o espécime lusitanus é uma espécie de anarco-descontração, um atávico estado de espírito de raízes surrealistas que permite praticamente tudo sem comprometer praticamente nada, a não ser o futuro. 
" Sêmos " assim, não há nada a fazer: um conformismo e uma negligência em bom português suave, como suave parece ser de há muito o  nosso "modus vivendi".  
Todavia, chegará um dia em que à força de tanta corrupção, tanto desleixo e confusão deixaremos com deliciosa felicidade o tecto cair. Mas se entretanto conseguirmos salvar dos escombros umas garrafitas e uns coiratos, "no problem".
Caro humano, " eu entendi o que te escraviza: tu és o teu próprio negreiro ."