quinta-feira, julho 18, 2013

A traição

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O senhor António, que em criança era tratado por Antoninho, desenvolveu-se e cresceu saudável, como quase todas as crianças. Mas mais tarde, já na adolescência, depois de ter ingressado na juventude socialista e de aí ter confirmado a sua verve tribunícia, augurando um futuro promissor, contraiu um vírus, um vírus muito activo, de reconhecida competência e eficácia, designado por vírus do aparelho - afinal, uma doença endémica que grassa nos alfobres partidários. 
Antoninho ficou combalido, de facto, e julgou mesmo  não conseguir derimir o terrível dilema que lhe confundia o espírito doente: como poderia conciliar ele a ânsia de justiça que trazia consigo da adolescência com os apelos interessados de uma fraternidade aparelhista, de fidelidades e amiguismos, enfim,  uma rede de apoios e  de compromissos certos, que , em geral, desembocam quer directa ou indirectamente na vassalagem ao mundo da finança e às grandes empresas, em resumo , na vassalagem e ao serviço do Capital. Antoninho acabou por estragar tudo , deixando-se  levar, embriagado, naquela fornalha de ligações e ambições. 
Na verdade, não sendo de todo maligna, esta patologia não deixa todavia de operar uma inconveniente transformação nestas promessas políticas que vêm sedentas de justiça e de vontade de mudar o estado das coisas e o mundo. Tornam-se obedientes a uma outra realidade, muito mais prosaica e previsível, outros caminhos e aspirações que vão desvirtuar por completo a pureza dos primeiros princípios, aquilo que de mais sagrado e puro juraram no início defender: as grandes causas. Mas  estes senhores, dotados de algum discernimento e habituados desde cedo aos jogos de poder e  ao tacticismo, geralmente argumentam que o caminho a trilhar, para alcançar aquele patamar de excelência que lhes permita então olhar pelos desvalidos, não é fácil e está cheio de escolhos.  É por isso preciso, segundo a ideia deles e num primeiro momento, aprender a jogar no tabuleiro viciado do sistema e envolver-se nos seus jogos políticos para, mais tarde, lograr atingir o objectivo . Alegam eles com veemência que , como vivemos numa sociedade muito heterogénea e complexa , com uma malha social muito intrincada e cheia de ligações , onde facilmente medra a corrupção, o compadrio , o nepotismos e  tanta mais baixeza instalada e instituída, apenas com muito trabalho e inteligência, com muita prudência e paciência se poderá  ultrapassar o labiríntico nó górdio. Mas essas, serão com certeza contas de um outro rosário...
Resumindo: é que o PS assim não vai lá - aparelhismo, centrão de interesses, continuação do status quo, alternativa aparente de poder , jogos de poder, etc. A mesma história, a mesma gente e o mesmo resultado... 
Temos é que dar o poder ( e isso sim )  aos jovens turcos do partido, porque só esses estão em condições de assegurar uma orientação política mais consentânea com os princípios e os valores do Partido Socialista, para que este volte a ser de novo a voz da razão e da Nação. Apenas com o concurso destes jovens inconformados, o Partido Socialista poderá voltar a ser a verdadeira força política portuguesa. O partido não pode é continuar a ser uma mera organização política infestada de oportunistas e de parasitas.

PS. A continuar nesta senda, o Partido Socialista habilita-se a que muitos dos seus eleitores e simpatizantes mude  a orientação de voto no próximo acto eleitoral.
E, depois, que é isso do interesse nacional ? Coincidirá o interesse nacional com os interesses da Banca e das grandes empresas, com os interesses do Capital financeiro, da Troika e da Alemanha? Que é feito dos interesses do  País e dos portugueses ?