terça-feira, novembro 03, 2015

A Praça do Município

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"Por fugazes momentos senti-me na Roma imperial, triunfante, como Tibério na tribuna do Olimpo. Em baixo as massas tumultuosas clamavam pela minha glorificação." Apenas uma coisa eu não sabia, se os patrícios me iam deixar governar.


Quando apareceu na noite das eleições no átrio do Hotel Altis a declarar que tinha sido derrotado, António Costa, pela postura descontraída que apresentava diante das câmaras a somar ainda aos sorrisos indisfarçáveis patenteados no rosto de alguns membros da sua "task force", já sabia, ao contrário daquilo que anunciava para toda a gente ouvir , que provavelmente era ele o grande vencedor daquela noite eleitoral e não o pior derrotado de sempre. E tanto assim é que naquela mesma declaração Costa já denunciava o que ia fazer: vamos ouvir todas as forças políticas com assento parlamentar para decidir sobre a melhor forma de governar o País. António Costa, já na posse da informação vital sobre o sentido de voto nas urnas, de que a direita tinha perdido a maioria no parlamento, começa desde logo, nessa mesma noite ( que estava destinada a ser a das facas longas, que o diga Seguro), a desenhar a grande operação política que temos estado a assistir, uma estratégia que há muito estava pensada sobre os vários cenários que se poderiam colocar ao PS  depois do acto eleitoral, pois todas as sondagens antes de 4 de Outubro davam como certa a vitória da coligação de direita, estratégia essa, dizia eu, que culminará, com toda a probalidade, apesar de todas as manobras de diversão de parte a parte, na indigitação de António Costa para Primeiro Ministro.
Entretanto, e pelo caminho, apeou Passos e Portas do poder, com algum vexame, diga-se de passagem; fez gato sapato da coligação e de todos os seus acólitos , nomeadamente aqueles que ainda não pararam de fazer uma berraria na comunicação social; e vai fazer o Presidente da República engolir um elefante.

" É uma coisa que acontece na vida dos povos e das pessoas, é que sempre que à combates sociais que acabamos por ganhar, facilmente esquecemos o gosto da vitória. À geração seguinte já parecem evidentes os direitos alcançados ou que haja Democracia e Liberdade, por exemplo. Por isso é bom lembrar que existem grandes conquistas em resultado de lutas que valeram a pena travar e que é preciso não perder de vista."


Tal como a vitória que se avizinha quando toda esta choldra se for embora do governo, do parlamento, da presidência da república e das demais instituições de poder, só faltando mesmo correr com eles de todos os meios de intoxicação social.