domingo, maio 31, 2015

Lapsus linguae ou ambição desvairada

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Não é fácil fazer uma sinopse deste filme já que estamos perante um território muito elaborado ( ou talvez não! ). Apesar da forte tendência para a volatização das ideias e dissolução de carácteres ( o que hoje se diz, pode amanhã já não ser verdade ), podemos, no entanto,  sumariar o plexo das contradições da protagonista e reconfigurar as orientações do roteiro.
O que a ministra das Finanças, Maria Luis Albuquerque, fez no colóquio com a " jota" do seu partido foi um salto quântico, que nem o mais reputado físico de partículas consegue decifrar, ou, então, um hipnótico exercício de meditação de índole transcendental sobre a natureza cíclica e impermanente da sustentabilidade da Segurança Social. Porém, eu creio mais no reino do muito prosaico comportamento humano, e assino a tese de que este "lapsus linguae foi antes uma atitude interessada de cracia-capilaridade para aceder a sinecuras que de outro modo são sempre mais difíceis de alcançar. Pela mostra, parece que a ambição é gigantesca e vale tudo, até tirar olhos. Na realidade, para mostrar aos senhores do grande  Capital de quanta crueldade se faz um tacho, até se manda um partido em plena campanha eleitoral às urtigas e para a rua da amargura os reformados deste País. 
Os poderes sombra apreciam muito estes gestos tão ternurentos de cultura eugénica e, habitualmente, tendem a não desperdiçar estas  tão talentosas e solícitas promessas. 

sábado, maio 30, 2015

O telemóvel

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O telemóvel tornou-se uma ferramenta indispensável senão mesmo um dos acessórios mais importante que utilizamos diariamente, tal como uma extensão do nosso próprio corpo e sem o qual o homem urbano, particularmente, teria alguma dificuldade hoje  em cumprir o desiderato do quotidiano. 
Enquanto ser comunicacional e a viver numa sociedade em que as tecnologias da informação e a rapidez destas são a chave para ter sucesso, o uso do telemóvel pode ser a quintessência na resolução de muitos problemas e um apoio inestimável para olear a roda dos afectos.
- Mas os portugueses, senhor, porque lhes infligistes tanta imoderação e verborreia estéril? O telemóvel para os portugueses funciona como uma terapia: desarmam o gatilho e de imediato começam a dar à língua a torto e a direito, por tudo e por nada.
No início da revolução, poucas pessoas eram possuidoras deste artefacto, como acontece sempre quando aparece uma inovação, mas o português, óptimo observador e penitente compulsivo no palco das vaidades, logo se encarregou de marcar o território da exibição, gerindo-o a gosto e babando-se de prazer - era vê-los, enfatuados, preclaras personalidades a falar alto e bom som para o tijolo, qual ave canora em volúpia egocêntrica, enquanto pelo canto do olho espreitavam os basbaques e invejosos que, dissimuladamente, assistiam impotentes aqueles monólogos de ópera bufa.
Actualmente, o bicho parece que se democratizou, a tal ponto que, nos lares lusitanos, o senso até se perde a contar o número de espécimes.

Naturalmente que o objecto foi imaginado para desempenhar uma tarefa essencial: estabelecer comunicação, mas, para além disso e concomitantemente, também para encurtar distâncias, solucionar urgências, mitigar solidões, e por aí fora. Obviamente que o tijolo hoje é já uma máquina completamente diferente, sofisticadíssima, repleta de funções e de outros atributos, mas, no fundamental, continua ainda a ser o veículo da tagarelice. 

quarta-feira, maio 27, 2015

Cocoon

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Ele chega por fim a casa, ao sítio onde, afinal, sempre esteve, porque nunca de lá saiu. Talvez por isso reconheça o cenário e as coisas, porque dispostas e arranjadas da mesma forma.
Passamos a vida inteira a procurar o lugar de acolhimento, o paraíso perdido. Erramos por esse mundo fora em aventuras e desventuras, percorrendo caminhos e destinos numa busca incessante, mas infrutífera. Porque esse lugar está dentro de nós, bem escondido no abismo do nosso ser.

terça-feira, maio 26, 2015

As intermitências do fim

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- Não, não é ainda o fim do mundo. Tranquiliza-te. É apenas um pouco tarde. Só isso, nada mais. Vá, agora dorme.

segunda-feira, maio 25, 2015

As formiguinhas

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A globalização amarela

Era o mundo da abundância e da saborosa preguiça, mas depois vieram as formiguinhas e, zás!... 

O regime instalado em Pequim, desde Mao Zedong, é hoje, em termos políticos e económicos, um absurdo paradoxo de tangência. Conseguir erguer e desenvolver, como se constata,  uma economia híbrida de planeamento socialista à boleia do Capitalismo mais radical e selvagem que existe, é obra. A China, pela marca que está a deixar no panorama político-ideológico dos sistemas e regimes, parece apostada em realizar o mais antigo e manipulador slogan da direita, que é o de fazer de cada pobre e miserável socialista chinês um rico e anafado capitalista, dando assim corpo ao tão propalado Capitalismo Popular. Todavia, será assim? Lembremo-nos que estamos a olhar para um país que está a caminho dos dois mil milhões de seres humanos, portanto, a escala em que colocamos as diversas considerações sobre a política deste gigante terá forçosamente de ser tida em conta. Admitindo que e as notícias que chegam do oriente sobre a proliferação de milionários e do desenvolvimento e expansão de uma larga classe média mais abonada é verdadeira, como parece demonstrar o apetite voraz e as exportações dos grandes fabricantes deste planeta para a China, não-nos podemos esquecer, porém, que a maior parte da população chinesa vive abaixo do limiar da pobreza. Está bem, eu sei que este colosso é actualmente o maior exportador mundial e o segundo maior importador de bens depois dos EUA; gere os maiores excedentes mundiais da balança comercial e de pagamentos, detém um terço das reservas mundiais e o maior fluxo de poupança do mundo e parece ser o país que estabelece os preços de numerosos produtos ao nível do comércio mundial. Em suma, a influência da China continua a crescer. 
Na verdade, a entrada da China na Organização do Comércio Mundial, há uns anos, foi um marco importante na alteração e definição do xadrês Mundial cujas consequências, no plano financeiro e geo-político, ainda estão naturalmente por determinar. Acompanhada também pelo extraordinário desenvolvimento económico e expansão dos restantes países ditos emergentes ( os BRICS ), e do estabelecimento a oriente da nova praça financeira de negócios ( como ficou bem ilustrado com o aparecimento do novo banco internacional proposto pela China - rival do Banco Mundial ), este movimento e deslocação em massa da maior fatia da actividade económica mundial para oriente prefigura hoje o declínio do designado Mundo Ocidental, particularmente dos Estados Unidos e da Europa. Estes países, ditos emergentes, pulverizaram completamente os mercados com uma política comercial altamente agressiva e competitiva, fruto, naturalmente e na maior parte dos casos , da exploração desenfreada e das duras condições de trabalho impostas aos trabalhadores - falava-se que a OIT ( Organização Internacional do Trabalho ) ainda quis fazer algumas recomendações à China sobre as condições laborais existentes naquele país. Pois: blá-blá-blá-blá-blá-blá...
Com este cenário a desenhar-se há vários anos e com uma Europa incapaz de conseguir dar uma resposta cabal ao desafio que o novo mundo  lhe coloca, para além dos nacionais interesses egoístas do primeiro nós e depois vamos lá a ver, bem patentes nas políticas impostas pela Alemanha ao resto da Eurozona, nomeadamente contra os países do sul , vamos lá ver que  futuro nos está reservado.

sexta-feira, maio 15, 2015

Ismos

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A partir do momento que estejamos engajados, quer clubística, religiosa ou politicamente, o condicionamento do olhar é a questão central.