segunda-feira, março 31, 2014

Portugal cumpriu o défice

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Portugal cumpriu o défice, a maioria regozija de contentamento, a União Europeia    respira de alívio e os mercados exultam de felicidade.

É um puto infantilizado, mal formado e vaidoso,  que por julgar soletrar alguns conceitos pífios e conjugar algumas ideias rudimentares darwinianas, fazendo delas a sua representação negra e impiedosa do mundo, se arroga no direito de destruir uma nação e de condenar milhões de portugueses à miséria. Como foi obrigado a fugir do paraíso por incumbência de Abril e pelos pecados do colonizador, que vivia montado na exploração e no sofrimento dos escravos, as imagens terríveis de todo um povo em liberdade e em festa no dia 25 de Abril de 74 são como um espinho cravado na sua consciência, um espinho que ele quer arrancar por todos os meios da sua memória, não descansando até atingir esse desiderato.

Seria importante saber quantas pessoas já faleceram vítimas da política levada a efeito nestes últimos anos por este governo.

" Os Trácios saqueavam as casas e os templos, matavam pessoas, não poupando velhos nem novos. Matavam-nos todos de enfiada, onde quer que os encontrasse, esventrando até crianças e mulheres, e mesmo bestas de carga e todos os seres vivos que por ventura vissem".
Os Trácios actualmente não precisam de actos tão persuasivos. Basta-lhes apenas ganhar eleições. 

sábado, março 29, 2014

Os madraços do Sul

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Há uns dias atrás, ao enfrentar o espelho pela manhã para tirar a barba ( ou o bigodinho ), um eurodeputado da extrema direita austríaca concluiu, na sua meditação matinal, que só os alemães e os austríacos é que na verdade trabalhavam ( nomeadamente um dos seus ícones, de seu nome Adolf, que no passado fartou-se de trabalhar ), pois os madraços do "Chulo" não faziam nada e ainda por cima queriam que lhes pagássemos a estroinice. 

O labor era tanto que as fábricas não davam vazão às encomendas...
E o produto produzido pelos zelosos e caprichosos trabalhadores austríacos e alemães era digno de ser elogiado pela forma como enalteciam a dignidade humana...

domingo, março 23, 2014

O big-Bang é peanuts

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Fazemos todos parte de uma grande história que começou muito antes de nós ( provavelmente há treze mil milhões de anos ) e que vai prolongar-se por muitos éons para além de nós, naturalmente.  Todavia ninguém sabe como ela começou ( se começou!... ) e também como vai acabar ( se acabar!... ). O que sabemos ao certo, é deste sentimento de infinita pequenez, esta quase inexistência no grande teatro do Cosmos, e da trágica fatalidade que é a de alimentarmos esta farsa com o fait divers que é viver, como se nada fosse. 

Vem tudo isto a propósito da recente notícia, de que a comunicação social em todo o mundo fez eco , da descoberta dos sinais residuais, na "forma" de ondas gravitacionais, daquilo que foi, por ventura,  o início do Universo - o Big-Bang - , confirmando assim as previsões que o físico Andrei Linde fez há uma dezena de anos.
Mas o reparo que importa fazer aqui ,para enaltecer as qualidades e o carácter do autor, pois ficaram bem patentes no vídeo que regista o momento em que ele é informado pelo seu assistente da confirmação da sua teoria, foi a humildade  e a sóbria alegria com que o distinto e desprevenido sábio recebeu a notícia, contrastando, por exemplo, com a soberba e o grau zero da incompetência revelada por este governo quando, escorado na sua epistemológica ciência de Gestão, alegou enfaticamente que aquilo que de mais importante a sociedade precisa é de gente empreendedora, com espírito pragmático, e não de madraços investigadores que só sabem dar prejuízo ao erário público e não produzem nada.  

" As noites eram de gelo e aqueles que julgávamos serem deuses, roubaram-nos o fogo. Ficámos completamente desamparados e entregues aos elementos. O frio cortava a carne e as palavras dos homens,até parecia que somente tínhamos direito ao apocalipse." 
É preciso lutar e resistir para que este recanto, ainda tranquilo, não fique deveras contaminado e descaracterizado pelo facto de ter passado por aqui uma horda de bárbaros.

sábado, março 22, 2014

I got the power

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Vivemos uma era tão rápida em mudanças que a assimilação que gradualmente estávamos a fazer da substituição do América-Power pelo China-Power, já está a dar lugar à do Putin-Power. Esperemos para ver...que Power vamos ter.  

quinta-feira, março 20, 2014

Dia internacional da felicidade - reprise II

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Uma representação fantástica da felicidade; um  momento de antologia da 7ª arte.

( ... )
Será que a risada alegre e descontraída do baiano que acabou de tomar o seu chopinho e de comer caranguejo é do mesmo nível do suspiro beatífico do fleumático britânico que acabou de ler o " Times "?(...)

Diário de Notícias,13 de Setembro de 1990 - Romeu de Melo.

Romeu de Melo assinou neste dia um texto magnífico sobre o sentimento ou o estado de espírito que mais radicalmente concerne à existência humana: a felicidadeMas ao qualificar assim a felicidade, Romeu de Melo adiantava também que esta não seria de todo a resposta mais adequada e normal ou até mesmo a mais civilizada que a chamada moral oficial tacitamente daria. Para a cultura dominante, severamente dissimulada nos seus artifícios, os valores da honra e da abnegação, do espírito de sacrifício e da coragem, entre outros rutilantes apelos à emulação, seriam a causa e a bandeira que todos deveríamos heróica e humildemente abraçar e jamais a felicidade, essa febre nefasta que enviesa o espírito dos homens no cumprimento da sua realização - aqui, onde todos os homens labutam, não se dança .
Visto deste modo, o discurso normal e institucionalizado, aquele a que se atribui valor e que é tido como mentalmente saudável, produtivo e que funciona, parece ter-se esquecido olimpicamente da alegria dos homens. Nem a própria Filosofia, que é sempre tão lesta a escalpelizar tudo o que  mexe no mundo das ideias, consagrou sequer uma disciplina ou mesmo apenas um capítulo à felicidade humana - a investigação da sua natureza, a análise das diferentes formas que assume o seu desvelar, a maneira de a podermos alcançar e de a perpetuar, etc. 
Mas não obstante esta retórica castradora dos altos princípios, a ideia de felicidade sempre esteve presente no horizonte das pessoas. Basta olhar para a cultura popular para nos darmos conta de imediato da importância e da frequência com que a felicidade entra e está na vida do povo. Ela está presente nas declarações amorosas, nos votos que formulamos de bem-querer, nas letras das canções, nos "happy-end" dos romances e das novelas e , naturalmente também, talvez por "lapsus intelectualis", nas confidências que vamos fazendo uns aos outros no paleio distraído de todos os dias.
Por que razão a felicidade nunca foi tomada como um assunto sério ? Bertrand Russel e uns quantos poucos " outsiders" da história do pensamento confessional ainda burilaram alguns opúsculos sobre o tema, mas de facto a felicidade continua ainda a ser considerada com uma questão menor, do foro íntimo e bastante subjectivo, fora do âmbito do conhecimento racional e, por isso, perfeitamente dispensável - habitualmente opta-se por retirar seriedade a matérias cujo tratamento releva do " imo ". A um nível cultural elevado, a felicidade é mesmo encarada com desconfiança.
Neste quadro tão indecoroso para a afirmação da alegria e da festa, como poderá o homem ser feliz? A sociedade parece que se devotou a uma esperança que apenas privilegia uma amarga desilusão. Todavia, este estoicismo oficial, como não poderia deixar de ser, ao não colar com os anseios mais fundos do homem, não conseguiu trazer-lhe paz nem sossego. Bem pelo contrário, aquilo que a encomenda trouxe no seu bojo foi somente infelicidade, existências tristes e amorfas. Que interessam a verdade e a justiça, a razão e a liberdade, se o preço de tudo isto for uma obrigação sem fim à vista; se o clímax for aparentemente inalcançável e duvidoso; se as demoras constantes e renúncias a que o homem se sujeita para alcançar a glória e a fama ( momentos de felicidade ), o fazem perder o pavio; se os constrangimentos , compromissos e condicionamentos a que ele se submete para se realizar ( dizem ) apenas refinam o seu tédio e inquietude? Enfim, uma vida sem alegria e sem esperança.
Mas não me parece que seja só a lenga-lenga dos épicos princípios o elemento perturbador que anestesia a doce ilusão da felicidade. O problema que aqui se trata é na realidade mais fundo e complexo, uma vez que se encontra soterrado nos abismos mais negros da alma humana. De quanta terra e tempo precisa o homem para atingir o insuportável aborrecimento existencial? Depois de adquiridos e fruídos todos os bens e serviços à sua disposição que provocaram a tensão, que resta ainda ao homem senão um grande e desesperado bocejo? 
Na realidade, não somos assim tão regular e facilmente bafejados com lampejos de felicidade, como infelizmente se constata, mas ,contraditoriamente, quando ela chega, na melhor das hipóteses apenas serve para nos dizer que a vida que tivemos até aí foi uma desgraça e que ( por muito que nos custe ) após a sua fugaz revelação, a nossa existência vai continuar na mesma, a percorrer o caminho de Sisifo - a felicidade é isto e tão-só: uma pausa que refresca ante a próxima calamidade. Urge, pois, continuar a batalhar e a batalhar  sempre ( e infelizmente a penar também ) para conseguirmos, nem que seja por breves instantes , voltar a saboreá-la.
É por isso também que a riqueza, o poder e a notoriedade não serão, por ventura, o caminho mais directo para atingir a felicidade. Nem sequer a sabedoria, a bondade ou o talento. Mesmo a saúde, que é tão fundamental à satisfação do homem, não será sinónimo de felicidade. Em suma, parece que a felicidade não é coisa deste mundo. Enfim, quer-me parecer que o léxico experimental da vida resolveu entender e explicar este sentimento - a felicidade - como sendo a consequência de um estado psíquico complexo em que as necessidades físicas e emocionais estariam basicamente satisfeitas e convergentes num ponto de equilíbrio. Seria assim como um momento homeostático espiritual,  onde a ansiedade, o desconforto e a dor se encontrariam ausentes ou dominadas, e o bem-estar, a serenidade e a plenitude os elementos psíquicos prevalecentes. Em suma, a felicidade parece ser um breve momento de descolagem deste horroroso continuum existencial, um estado de bem-aventurança episódico e excepcional.

quarta-feira, março 19, 2014

Ó ...gente da minha terra!

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Há uma responsabilidade desesperada e cruel naqueles vultos que me acenam para os libertar. São sombras trágicas que Sisifo teceu, que de manhã cedo se levantam para ir trabalhar e que só chegam a casa quando a noite cai. "Luisa sobe a calçada e desce a calçada enquanto o Mundo vai".

Os bárbaros estavam a entrar pelas nossas vidas adentro e ninguém os via. Hoje, percebemos que nos levaram tudo - as terras, os corpos, o futuro e até as nossas almas.

terça-feira, março 18, 2014

Vai à Merkal, Passos! Vai à Merkal!

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Passos e Merkel acertam a melhor saída para Portugal.
Pedro Passos Coelho foi esta terça-feira a Berlim receber novas ordens da chanceler alemã. 
Como alguém pouco avisado disse, o rapaz até queria que o mundo fosse igual às suas fantasias. Mas, de facto, não se conseguem alterar os números, por mais voltas que se dê e equações que se faça. É que eles falam de ruína e de colapso financeiro. Depois, para rematar o aviso ainda, também poderia pensar-se que ele viveria em permanente negação ( coitado! ) ou que o país sonhado não seria bem aquele em que vivem tristemente os portugueses. Mas não, ele não estava enganado, ele nunca se enganou. O povo é que foi enganado. Este Primeiro Ministro, muito antes das eleições que o levou ao poder já dizia ao que vinha, elencando até na altura o rol de misérias que iria provocar. Mas grande parte da população que o ajudou a atingir esse objectivo, ingenuamente, parece ter visto nele o salvador - do Grande Capital é que não sabiam. Afinal, tudo o que aconteceu até aqui fez parte de um elaborado e maquiavélico plano, até a saída airosa que Merkel já autorizou.
Aqui há uns anos atrás, a Argentina também saiu do buraco, na avaliação dos mercados, mas ficaram famílias inteiras a dormir na rua, dizem. 
Diz-se que a democracia tem uma existência tão fina que se o vento soprasse com mais força ela desapareceria. 
Os Senhores da Terra, por vicissitudes várias, foram obrigados nos últimos cem anos a fazer cedências aos movimentos de emancipação de massas, já que não estavam a encontrar argumentos nem soluções ( e nós sabemos muito bem de que tipo ) para estancar a hemorragia de reivindicações e a tentativa de institucionalização e perenidade do cada vez mais abrangente e generoso Estado Social. Esta lenta transformação social, impulsionada em grande medida pelo temor que sempre representou para o Grande Capital a revolução Bolchevique e o Maoísmo , durou ainda largos anos, com o incómodo de ter deixado algumas sequelas espalhadas pelo Mundo, até que se deu o colapso do império Soviético e a consequente queda do muro de Berlim. A partir daí, estavam novamente criadas as condições para o todo poderoso Capital voltar a surgir e a dominar o Mundo a seu belo prazer. A governação de Regan, de Thatcher e especialmente a de Bush filho também deram um contributo importante para este renascimento, que foi acompanhado de perto pelo ocaso e cedência ideológica dos partidos social-democratas e socialistas da Europa ante o Capital. A desregulação dos mercados financeiros e a Globalização financeira, que permitiu àqueles alargarem a sua esfera de influência a todas as zonas do Mundo ( um casino global ), e a significativa mudança de orientação política na China, com os "comunistas", paradoxalmente, a tornarem-se capitalistas depois deste país ter entrado na Organização Mundial do Comércio, também foram factores nada despisciendos a exercer influência neste jogo de poderes. Mais tarde, já no fim do mandato de Bush, foi o fenómeno do Subprime, uma inventona da Banca e dos Mercados financeiros para destabilizar completamente a economia mundial e provocar uma crise nas dívidas soberanas, ganhando biliões e biliões de dólares com isso, que acabou por dar rosto final a todo este explendoroso renascimento da fénix. Este domínio avassalador do Capital financeiro, que mandou às urtigas o garrote regulador do poder político, que está ( diga-se em abono da verdade ) completamente manietado , apesar das declarações feitas na altura por Obama e por alguns dirigentes europeus em sentido contrário, nas quais se propunham meter a Banca e os mercados na ordem, não tem oposição nenhuma, sendo até, de há uns tempos a esta parte, o Estado Social que está a ser posto em causa, considerado como uma excrescência a eliminar, para deleite e conforto dos Senhores da Terra. 
Dizia há tempos Warren Buffett, um dos homens mais ricos do Mundo, com toda a arrogância que se lhe reconhece, que havia uma guerra surda de classes, e era a dos ricos ( a dele ) que estava a ganhá-la. Como sempre - Que o digam também os patriotas Belmiro, Amorim e Alexandre Soares, que viram neste último ano de crise os portugueses continuarem a empobrecer dramaticamente, mas o pecúlio de Suas Excelências a aumentar significativamente.

quinta-feira, março 13, 2014

"A fotografia é uma forma de encapsular o tempo"

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Há poucos dias atrás realizou-se em Los Angeles mais uma cerimónia de entrega dos óscares para premiar os profissionais da indústria cinematográfica. O espectáculo, que decorreu no teatro Kodak perante um público entusiasta para assistir ao grande desfile das estrelas,foi desta vez conduzido pela sempre irreverente Ellen DeGeneres. E os nomeados foram: 
 - Óscar para melhor actor: Chuck putin Norris, em " O Urso das Estepes ". Filme de acção e de aventura , com  o protagonista  a aparecer em grandes e longos planos, nas suas mais diversas facetas de guerreiro, e a exibir os seus bíceps e troféus de caça . Uma carreira e um artista a seguir com redobrada atenção nos próximos filmes. A não perder .
 - Óscar para melhor actor romântico, atribuído a Pepé le pew d'Hollande, da França, no filme " Bonjour Julie ". Um filme leve , com roteiro inteligente, e um bom artista a mostrar toda a sua versatilidade num enredo que glosa uma das mais velha histórias do mundo.
 - Óscar para melhor actor secundário, atribuído a Hussein Obama, pelo seu desempenho no filme " A casa negra da América". Filme interessante , do ponto de vista racial, pois tenta mostrar até que ponto os falcões do velho império foram ultrapassados e castrados pela doce América. O filme tem cenas de grande intensidade dramática, como aquela em que se vê os autos de fé da triple "k" a serem substituídos pela  singelo e feminino acto de tomar um  chá no Alaska.  
 - Óscar para melhor actriz pornográfica, atribuído a angela Merkel pelo seu estrondoso sucesso no filme " Como fod...r os madrassos do Sul". Se a artista manifestava até aqui alguma reserva moral pela profissão que tinha seguido, mostrando apenas o seu generoso decote nalgumas circunstâncias, agora, depois de arrumar com  toda a Europa,  começou a fornicar desbragadamente - e parece que o seu fetiche maior são os latinos.
 - Óscar para melhores efeitos especiais : filme: 101 rottweilers. Um filme Norte-Coreano assinado por Kim Jong- hitchcock. Este é um filme negro, a replicar o grande mestre do suspense inglês, onde não faltam cenas de malvadez e muito sangue a correr pelas paredes. O actor principal é uma matilha de cães.....................................................................................
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Os verdadeiros artistas
É de todo impossível descrever e explicar com exactidão os acontecimentos que marcam a História do homem, uma vez que é preciso possuir uma qualidade quase demiúrgica para perceber todos os contornos e detalhes do jogo do Mundo, um jogo de sombras, sujo e perverso, perpetrado por forças muito poderosas que disputam ávida e permanente os recursos disponíveis; bem como as motivações e idiossincrasias de cada uma das personagens que publicamente lhe dão rosto. 

domingo, março 09, 2014

Gutiérrez Mellado e a manifestação das polícias

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Capitão General Gutiérrez Mellado
Sem dúvida, esta será a imagem mais famosa do general Gutiérrez Mellado que correu mundo durante a tentativa de golpe de 23 de Fevereiro de 1981. 
Por mero acaso e  por  negligência da força que tomou o parlamento espanhol, que não se apercebeu de uma câmera de televisão que ainda estava ligada, toda Espanha  viu uma figura frágil, de cerca de 70 anos, que a maioria dos espanhóis praticamente desconhecia, a enfrentar corajosamente a guarda civil, que empunhava pistolas e metralhadoras, não se vergando perante as ameaças e as várias tentativas que fizeram para derrubá-lo à força, obrigando, de resto,  a guarda  a fazer fogo para impedir que outros imitassem o seu gesto. O golpe foi de imediato reprimido e o General Gutierrez Mellado é hoje um mito e uma lenda no País vizinho.
"A primeira lei da sobrevivência é a submissão. Apenas um imbecil ou alguém com um gosto perverso pelo martírio não se ajoelha."
No Marquês, era canja, íamos vingar Abril, íamos abalar os alicerces do governo, quiçá transformar o Mundo. Quando chegámos a S. Bento, ainda gritávamos vigorosamente e com determinação. Depois, passadas algumas horas a mandar bitaites e a brincar ao jogo do empurra, foi a capitulação. Afinal, uma entrada de leão para uma saída de sendeiro. 
Naturalmente que não era , nem nunca poderia ser um banho de sangue o que se exigia da revolta das polícias. Por uma lado, porque vivemos num regime democrático, cuja regulação, pelo menos no que toca aos mecanismos de poder, ainda permite periodicamente sufragar (em liberdade )  quem vai usá-lo para dirigir os destinos da nação; e por outro lado, porque existem outras fórmulas, fórmulas mais benignas e, quiçá, mais inteligentes e até eficientes para atingir os objectivos pretendidos - bastava, por exemplo,à semelhança do que recentemente tem acontecido por essas praças do mundo, aproveitar a mole imensa de gente que participou na manifestação para não arredar pura e simplesmente pé do largo de S. Bento até que as reivindicações fossem satisfeitas. Mas por quê, então, tanta garganta inflamada, tanta empáfia, tantos autocarros e tantos hinos, se depois vamos todos para casa com o rabinho entre as pernas?   Algumas luminárias dizem que isto foi tudo acordado antecipadamente, apenas para marcar posição - uma encenação. Não quero acreditar nisso, não quero acreditar nessa abjecta cobardia. Porque desse modo mais valia termos ficado em casa. 
Esta foi mais uma manifestação parva, como tantas outras que se  têm realizado por esse País fora ao longo destes últimos anos. Se a contabilidade for feita, verificar-se-à que o saldo é absolutamente negativo: ganhos, absolutamente nenhuns, apenas a chacota e a motivação, agora ainda mais reforçada, daqueles que nos estão a humilhar, permitindo-os girar quase em roda livre para fazer tudo o que quiserem.  
Eu creio, com alguma ponderação,  por certo, que se não fosse o trabalho de enquadramento e controlo diligentemente exercido pelos sindicatos sobre a raiva e a fúria dos trabalhadores, talvez a verdadeira ordem já tivesse sido restabelecida - não é por acaso que as pitonisas de serviço continuam deleitadamente a enaltecer a " sensatez " e o papel moderador ( desmobilizador e castrador ) dos sindicatos.

O terreno está todo armadilhado. Não é por acaso que já se fala em mais vinte anos de protectorado, por imposição da Troika ( temos que ir alimentando os mercados usurários, não é? ). E o infortúnio , é que a maioria da população não está ainda preparada para perceber e atingir os mecanismos insidiosos do poder, as suas formas de manipulação e de alienação rasteiras. 
Que fizeram eles, afinal, dos sonhos de Abril , da instauração de uma sociedade mais justa e fraterna? Qual a razão desta sanha e deste desamor pelo povo ? Bem poderia a psicanálise ser chamada à colação para conferir alguma consistência a este tratado de crueldade que está a ser exercido sobre os portugueses por esta súcia que nos está a desgovernar. Mas quando um dia o povo acordar, quando um dia tiver a coragem de olhar a besta de frente, nesse dia o mago volta a entrar na lamparina, a caixa de pandora volta a fechar-se e o maldito coelho entra finalmente na cartola, donde nunca deveria ter saído.

sábado, março 08, 2014

Ukraine

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Nazi or Stalinist

"A Humanidade nunca passou de um plexo de clãs, tribos, castas, classes e  impérios. Haveria de ser uma família ? "

quinta-feira, março 06, 2014

Simulacro

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Quando tudo parece transcorrer no melhor dos mundos, de repente ocorre o inominável:  o nascimento - o trauma arquétipo do parto ( disse alguém ). Para voltar novamente a esse estado de felicidade absoluta, ao paraíso perdido, o homem precisa de passar por outro trauma aterrador: o trauma da morte. Depois disso , o sofrimento cessa ( La Palisse não poderia dizer melhor ).
Mas ao contrário, há quem alimente a esperança louca de mudar de canal quando morre. A imaginação continuaria a produzir imagens animadas no velho ecrã, como sempre o fez.
E, na verdade , como há dias disse, o que há de mais subversivo nesta espécie de simulacro que se autoproclama de "ser humano" é a sua espantosa e despudorada habilidade para promulgar a sua própria existência. E a sua arrogância vai tão longe quanto o facto de inventar uma realidade que ele sente que o cerca e nela perceber padrões e regularidades que, afinal, são padrões e regularidades de coisa nenhuma. Enfim, de inventar uma memória cujo único fito é o de apenas autenticá-lo, de construir um eu para que o plano seja perfeito. Ou seja, esta máquina virtual que julga produzir e instaurar sentido, ancorada, como se percebe, numa narrativa de devir imaginário, acaba depois por rematar todo este rocambolesco cambalacho ontológico com uma projecção final, da ordem do sagrado e por isso transcendental, para sua eterna glória e salvação.

Entretanto, o fenómeno que é a apoptose, vai trilhando o seu caminho, quebrando as pontas divinas da existência, tal como ordena o programa criador, até culminar na derradeira etapa cuja ilustração mais benigna é a da cama do entubado.

segunda-feira, março 03, 2014

Groucho Relvas

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Miguel Relvas regressou à cena política neste último congresso do PSD, e a sua entrada triunfal, feita através da porta dos fundos, como manda a baixa política, foi ainda mais entusiasticamente saudada quando citou o grande comediande americano Groucho Marx : “Eu nunca faria parte de um clube que me aceitasse como sócio.” 

Outras estiradas inspiradoras de Groucho Marx :
"A sinceridade e a honestidade são as chaves do sucesso. Se puderes falsificá-las, estás garantido."
"A política é a arte de procurar problemas, encontrá-los em todos os lados, diagnosticá-los incorrectamente e aplicar as piores soluções."
"Existe uma forma de descobrir se um homem é honesto - pergunta-lhe. Se te responder que sim, é porque é um patife."
"Estes são os meus princípios, e se vocês não gostarem deles... bem, tenho outros."

"Nenhum homem desaparece antes do seu tempo - a não ser que o seu chefe saia primeiro."

domingo, março 02, 2014

Estalinistas

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A ex-dirigente bloquista, Ana Drago, parece ter sido apagada da história do partido.
Mais um partido estalinista que se revela? Para quem não sabia ainda ou não queria acreditar na inclinação totalitária do Bloco, ou que alimentava ainda alguma esperança quanto à sua genuína e inovadora prática política,  este episódio não deixa margem para dúvidas. No fundo, tanto à esquerda como à direita parece existir uma compulsão fundamentalista. No caso do Bloco, a ligação exótica entre "betinhos e esquerdalhos" só poderia originar uma mistura explosiva. A esquerda caviar também sabe fazer cocktails molotov.

Idiossincrasias

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A Troika diz aos deputados e parceiros sociais que quer mais cortes salariais.
Esta posição foi aplaudida pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP), mas muito contestada pelas centrais sindicais .

Portugal, como se confirma até à exaustão, está a ser um gozo para o Capital. Creio que na exploração desenfreada e de rapina usurária que o capital têm levado a efeito por esse Mundo fora,  nunca encontrou um povo tão cobarde e um Governo tão serventuário como o nosso. O Capital está a pedir a capitulação de todo um povo e este, em vez de lutar e de levar à barra dos tribunais todos os traidores que levaram e estão a levar o País à ruína, a tremer de medo e ensandecido pela miséria, por mote próprio e muito agradecido, vai colocar a cabeça no cepo para ser decepada, pois só assim verá de vez o seu sofrimento acabado. 

sábado, março 01, 2014

Eu não consigo tirar os olhos de ti.

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A manhã acordara cinzenta, chuvosa e sem o brilho radioso do dia anterior, mas no seu espírito  pairava um rosto de uma linda mulher, um rosto que lhe assaltou a vida inteira e que jamais esquecera. Laura tinha sido  o grande momento da sua vida , uma breve epifania que não voltaria a repetir-se e de cuja perda ele nunca conseguira recuperar. Ela era ainda muito jovem quando a conhecera, mas de imediato os seus corações incendiaram-se de paixão . Quis o destino separá-los, por força maior, mas ainda hoje e passados tantos anos, o seu subconsciente teima em conseguir encontrá-la. 
A chuva continua a cair e as pessoas na rua apressam-se para chegar aos seus destinos, perseguindo os caminhos da vida, mas ele, indiferente à intempérie, viajou para o tempo de todas as solenidades.