sexta-feira, janeiro 25, 2013

Um golpe de Estado Social

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Quem foram os protagonistas que levaram o País e o povo à miséria? Quem foram os políticos que por acção ou omissão, somado aos banqueiros, empresários, negociadores e todos os parasitas sem escrùpulos levaram o País à bancarrota e estouraram com o erário Público? Quem foi esta gente que nos entalou o presente e comprometeu irremediavelmente o futuro dos nossos filhos? Como vamos poder pagar a factura dos empréstimos usurários que pediram em nosso nome e os seus juros? Como é que se resolve isto?  Resolve-se aplicando a lei revolucionária, ou seja, indo buscar a esta corja de bandidos  todos os seus bens. É a batalha das nossas vidas. Porque nós , o povo, não nos endividàmos nem roubámos. O povo clama por justiça e prisão para quem destruiu o País em todo os seus domínios: Economia, Agricultura, Turísmo, Pescas, quem acabou com a igualdade de acesso à saúde, retirou subsídios e roubou salários, beneficiou a banca responsável pela crise e destruiu as empresas nacionais, provocando fome, miséria e desemprego com nunca. Que pilantras são estes que  ajudaram os estrangeiros a tomar conta de portugal, que entregaram as nossas empresas estratégicas a preço de saldo e continuam ainda a salvaguardar os interesses da Troika e da Nazi Merkel ? E tudo isto encapotado com a mentira da saúde das contas públicas e de um País viável. Viável para quem, pergunta-se? Para os mesmos de sempre ? Esta cambada vai ficar na história como a PESTE NEGRA que passou por Portugal  .
Diz-se que os portugueses ainda estão  vivos, e que isso  prova que o povo aguenta a austeridade. Um povo que é obrigado a viver sem direitos, sem proteção, sem mecanismos de equilíbrio, sem nada, apenas com a vida nua e crua para uns quantos viverem à fartazana. 
O programa de ajustamento estrutural levado a cabo por este governo é  na verdade um autêntico Golpe de Estado palaciano que desfigurará a curto prazo  o regime democrático. O que está em causa é uma gigantesca operação de privatização de tudo aquilo onde se joga o desempenho social do Estado e, portanto, de tudo aquilo em que a democracia é social e não apenas política ou cerimonial. 
O gozo desta  elite que nunca perdoo o 25 de Abril pode ser enorme, mas   eu não pagaria para ver o que vai acontecer.

Efemeridade

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A tragédia íntima que temos com o futuro, é que a breve trecho já não seremos nós quem o vai viver.

Na realidade, somos apenas um lapso no tempo , um flash insignificante no devir  do cosmos  que teima com uma fé inquebrantável dar sentido ao absurdo da existência. Não temos mais tempo que a duração ordinária de uma vida e, no entanto, olhamos sempre para a frente com a esperança de encontrar a eternidade. 

terça-feira, janeiro 22, 2013

Epifania

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A banalidade do quotidiano é às vezes tão absurdamente atroz e deprimente que o simples movimento de uma molécula é sentido quase como uma epifania.

Homeostase

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Um organismo vivo é um repositório de processos dinâmicos recorrentes que sofre transformações para manter o seu equilíbrio vital. Esta sequência de ciclos intermináveis de carência e reposição, registados e sentidos a cada instante pelos seres vivos, apenas se torna possível porque, paradoxalmente, reside nele uma homeostasia de base fundacional que provê e protege-o da ruína e desintegração.  Protege-o não só do tecido físico de que é composto como também da desestruturação mental que assina a vida do espírito. Este paleoregulador, este equilíbrio emergente que visa expurgar a carne e o espírito da desordem anunciada pelo princípio da entropia, designa-se por neguentropia ou homeostase.
Como exemplo desta magnífica aptidão do organismo para se autoregular, pode-se mencionar no plano imaterial o trauma do sofrimento dos seres sencientes. Quando um ser senciente se interroga sobre o sentido e o significado de tudo isto descobre, inevitavelmente, os horrores do sofrimento e da morte. Para ultrapassar este trauma, este estremeção ontológico que tem tradução no binómio carência-reposição, o ser senciente vai procurar o equilíbrio e a harmonia nos diferentes paraísos perdidos, nas promessas e na esperança, na libertação e na salvação dos mitos e fantasias que ele próprio engendrou - não nos podemos esquecer que na estrutura das necessidades básicas humanas, aquelas que são classificadas como secundárias ( as principais seriam o acto de beber, de comer, a segurança, etc. ) , como, por exemplo, a cultura, e nela o conhecimento e o saber, o sentido do infinito e a transcendência,  nasceram exactamente deste propósito inicial homeostático regulador. O homem não suporta o sofrimento, nem um ligeiro desconforto sequer, sem que de imediato não arranje um antídoto reparador.
Na realidade, não temos nenhuma prova de que sejamos inteiramente livres, que as nossas escolhas não sejam pré-fabricadas, e que muito provavelmente somos apenas e tão-só epifenómenos. De facto, dos seres vivos mais rudimentares, como a amiba, até aos crâneos mais sofisticados da alta subjectividade, não passamos, afinal, de mera insignificãncia, de  autómatos inconscientes, manipulados por forças desconhecidas, que no levam a acreditar  que somos donos e senhores do nosso devir, com a sensação de livre-arbítrio. Somos, em última análise, um tremendo erro de " casting", o resultado dos ditames do férreo determinismo .

segunda-feira, janeiro 21, 2013

Lavagem cerebral

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Até ali cordato e pouco dado a arrebatamentos emocionais, passou  com o decorrer do tempo a um registo mais exaltado, do tipo  taliban. A história é muito simples e igual a tantas outras: Vitor Pereira quis ser  treinador de futebol e por isso foi à luta para o conseguir. Desembaraçou-se bem no início da sua carreira, nomeadamente ao ultrapassar a barreira competitiva  que oferecem os clubes de bairro à afirmação de um  estatuto profissional, o que lhe permitiu o natural reconhecimento do mundo do futebol e, por consequência,  o passaporte para voos mais altos, com outros patamares de excelência. Por esse trajecto, recebeu um convite para ocupar um lugar de coadjuvante num clube de dimensão  maior, e, a partir daí , passou a sonhar com  o palco das estrelas, imaginando  chegar um dia a lugar tenente.  Foi com esse objectivo que então tirou o tirocínio, observando as boas práticas e fazendo o necessário trabalho de campo, enquanto era observado. O tempo corria de feição, tinha uma vidinha sem turbulência, desafogada e sem responsabilidades de maior e cultivava um sentimento de vaidade por militar num grande clube nacional. Mas quis o destino, porém, proporcionar-lhe um futuro mais ousado, com a janela de oportunidades que entretanto se abriu com a saída do treinador principal, convidando-o para assumir o tão desejado lugar de prestígio no clube ( o palco dos palcos para os tripeiros ) . De imediato, e também sem quase dar por isso, enquanto fantasiava  doces quimeras,  foi  atirado às feras , pobre Vitor , passou as estopinhas, pelo que dizem, muito embora fosse um intrépido defensor da camisola que envergava. Não fosse a persistência do padrinho em segurá-lo, no sentido literal do termo e dos arranjinhos bem conhecidos que este tenor consegue no sistema, e Vitor Pereira não teria ido muito longe. É que  nessa altura, de facto, ele foi injuriado e maltratado como nenhum outro pelo povo das Antas, e de tal forma o foi, que ainda hoje não pode ver  lenços brancos à sua frente. Com esta dose cavalar de animosidade e de desprezo projectada na sua pessoa, seria de esperar que o homem ficasse de vez vacinado contra o fundamentalismo destrutivo que grassa por aquelas bandas e condignamente apresentasse a sua demissão. Mas não, como não há mal que sempre  dure e bela sem senão, o nosso homem lá conseguiu dobrar o Cabo das Tormentas . E não apenas tergiversou, deixando-se levar nos braços da medusa, como , por hipnótico fascínio, começou a ser ainda  mais papista que o próprio Papa. Vitor Pereira é hoje um recorrente taliban, com tiques inusitadamente intransigentes, e de uma fidelidade canina posta à prova, quando se trata de defender o dogma. Em boa verdade e sem o saber , Vitor Pereira transformou-se  num exaltado homúnculo acéfalo, esforçado bajulador , cuja obediência cega aos ditames que vêm lá do alto não consegue disfarçar.

segunda-feira, janeiro 14, 2013

The Carousel waltz

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Movimento perpétuo

"Depois de muito ter passado conseguiu finalmente atingir os seus objectivos. Mas quando julgava que a partir daí a felicidade se tinha instalado, viu-se novamente na estrada, na estrada perpétua..." (Grande machado, poeta) .
Sisifo, esconjurado, levas a vida a cair e a levantares-te; ora  ris, ora choras, padeces como um  condenado. Esperas o dia da libertação, esperas o dia da eterna ressurreição, mas que desalento, que tristeza, comungo contigo essa pena.
Sou teu amigo, humano sem culpa formada, foste vítima do embuste da ilusão programada, vieste a esta vida de terra queimada perceberes que não tens salvação, porque tudo foi uma cilada. E quando no leito do sofrimento ouvires as inevitáveis badaladas, acredita, já que a agonia ainda não foi exonerada, que o que aí vem ainda não é nada.
Olho para ti, irmão da estrada,  e só vejo desgraça, alegrias quase nenhumas. Fomos todos  uma promessa inacabada, de algo que não nos diz absolutamente nada. E depois , aguenta , que isto não tem piada. 
Como chegámos aqui , ninguém nos disse nada ? Ser ou não ser , é na verdade , a grande questão. Quem foi o demiurgo que montou tamanha ilusão, que não acaba nunca na reflexão? Quem somos, afinal, besta de Carnaval ?

domingo, janeiro 13, 2013

O casulo

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Como é importante o meu cantinho. O mundo exterior é estranho e, até certo ponto, ininteligível. É por isso que nos momentos de maior desânimo sabe tão bem recolher ao aconchego do útero materno. Lá, onde as hordas de bárbaros não chegam, estaremos sempre protegidos do infortúnio e simultaneamente embalados por aquela envolvente afectuosidade que só uma mãe sabe dar. 
Vivemos nove meses no nicho ecológico mais perfeito da natureza, um santuário abençoado cuja memória intangível a Psicogénese tarda em retratar. Ali, entre o ser e o nada, desde os primeiros nanosegundos da nossa formatação, quem éramos, afinal !? Uma emanação da terra do bardo, como sugere o Budismo no processo da reencarnação, ou antes a consolidação de redes neuronais, como aponta a Inteligência Artificial Forte, apesar dos processos mais intrincados da mente não poderem ser computáveis ? Será que algum dia vamos poder decifrar este enigma?

terça-feira, janeiro 08, 2013

O ponto

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O princípio do mundo, a ideia da peça fundamental do constructo, a metáfora do fragmento mais pequeno e irredutível da matéria, a origem, a singularidade. Até do ponto de vista da ciência de ponta, quando se concebe a teoria geral das cordas, o ponto, teoricamente, não deixará nunca de ser a "porção" de corda vibrante que se agita no campo do ponto zero. Existe, assim,  uma impossibilidade lógica para conceber um conceito que elimine  a noção mais pequena de realidade  que é o ponto. 

A luz ao fundo do túnel

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Depois de ouvir as Janeiras, cantadas por um grupo folclórico na sua residência oficial em São Bento, o primeiro ministro Pedro Passos coelho, dirigindo-se aos portugueses em dificuldades, manifestou o desejo de o ano 2013 ser aquele em que se vislumbrará a luz ao fundo do túnel. Todavia, enquanto proferia esta dita mensagem de esperança, no seu subconsciente pairava a imagem fabulosa do túnel de luz de Hieronymus Bosch ,"Ascesa dei Beati all'Empireo ", que simboliza as experiências de quase morte. Pois é.... Infelizmente, com o desvelo da política seguida por sua Excelência, será esta, com certeza, a imagem necrológica que o ano de 2013 deixará para a história obituária deste País.

sexta-feira, janeiro 04, 2013

Um risco

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Simplicidade, precisão e beleza
É um retrato fiel da realidade, despojado tanto de dramatismo como de euforias. Para lá da floresta de enganos e da ilusão magnificente do cógito, situa-se a eterna e sempre tão regular normalidade da natureza.

quarta-feira, janeiro 02, 2013

Que nos reserva o ano de 2013 ?...

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O Orçamento de Estado de 2013


 À excepção de uns pouquíssimos casos bem documentados, que não  chegaram a ultrapassar em violência, por exemplo, muitos dos incidentes provocados pelas claques do futebol, poder-se-ia dizer  com toda a certeza que as manifestações em Portugal são na generalidade bem  pacíficas, porque raramente excedem aquilo que entendemos ser o  razoável. Somos, afinal, um povo pacífico e timorato e nada dado a  complicações que ponham em causa a nossa pacata e rotineira vidinha. É por isso que estamos sempre a levar no trombil. Roubam-nos à grande e à francesa, fazem autênticas negociatas com o   património do Estado ( que é de todos e ainda por cima nas nossas barbas) e, para cúmulo de tudo isto , até nem conseguem disfarçar como nos desprezam e nos consideram estúpidos, e nós por cá, todos bem... Talvez seja o nosso lado passivo e apaziguador, de apenas esboçarmos um tímido lamento quando já nos estão a arrancar o coração. Mas é tempo de acordar alminhas!...