sábado, abril 28, 2012

Real Madrid - Barcelona

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É um lugar comum dizer-se que a glória e o fracasso andam a par no recreio da vida; e que a glória quando chega, é tão-somente para nos dizer que a maior parte dela foi um penoso e reles fracasso. É por isso   que se torna  interessante observar as formas de representação dramática destas emoções, que se manifestam ou exuberantemente festivas ou carregadamente dolorosas.
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(...)Filho do filósofo francês Jean-François Revel, Matthieu Ricard cresceu entre a nata da nata dos intelectuais da Paris, como Stravinsky e Cartier-Breson. Doutorou-se em biologia molecular e trabalhou com um nobel da Medicina. Mas, aos 26 anos, percebeu que isto não era suficiente. Que os génios que o rodeavam podiam ter cérebros iluminados, mas isso não aumentava as suas qualidades humanas nem parece que fossem por isso mais felizes .Trocou então a ciência pela espiritualidade e rumou aos Himalaias.
Testado pela ciência, através de sensores colados a cabeça, o monge conseguiu um equilíbrio entre emoções jamais visto, com um claro desvio para as positivas, como o entusiasmo e a alegria, que anulavam as negativas, como o medo e a ansiedade. Foi considerado o homem mais feliz do mundo.
Com traje budista e sorriso aberto, encontrámo-lo no II Congresso Internacional da Felicidade em Madrid.
Diz ele :
"Acima de tudo não devemos negligenciar as nossas emoções, o nosso interior. Egoísmo, arrogância, agressividade são tudo sentimentos que nos fazem sentir mal, que controlam as nossas mentes e impedem a nossa felicidade. Não são sentimentos que nos sejam impostos, nós somos os responsáveis por eles e toda a gente sabe o mal que nos fazem. A verdade é que nós podemos treinar a nossa mente. Não interessa o que se passa cá fora, o nosso controlo aí é muito limitado. Já lá dentro só depende de nós.
Temos de pôr de lado os prazeres mundanos para sermos felizes? Não há mal nenhum no prazer. Mas o prazer não tem nada a ver com felicidade. Imagine por exemplo um banho quente. Se viermos gelados da rua e nos pusermos debaixo de água quente, sabe maravilhosamente. Mas se ficarmos lá 24 horas, é insuportável. Tal como a música alta. Um bocadinho é bom, 24 horas pode ser tortura.Viver apenas de prazer deixa-nos exaustos. A felicidade é uma forma de estar na vida, não é apenas uma sensação momentânea.
Está mais do que estudado - e atenção que não falo de ensinamentos budistas - que quanto maior for a procura do prazer, tanto maior será a infelicidade"(...)

terça-feira, abril 17, 2012

Mais uma vez , o real...

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Continuamos na senda da Alice à procura da luz que ilumine este caminho de trevas.
(...) No evangelho de Tomé, Jesus afirma que o seu papel durante a vida é ensinar aos discípulos a forma de se manterem afastados da ditadura dos cinco sentidos : "Dar-vos-ei aquilo que os olhos não podem ver, que os ouvidos não podem ouvir,que a mão não pode tocar e o que nunca ocorreu ao espírito do homem."
A tua mente confere sentido ao mundo, porque a única coisa a que não podes sobreviver é ao caos. Sem a mente humana, apenas existiria o caldo quântico, milhares de milhões de impressões sensoriais à deriva; sem ela não conseguirias perceber uma árvore como uma árvore, em lugar de um fantasmagórico enxame zumbente de átomos. É , assim , graças à mente que conseguimos reconhecer o que se encontra codificado no turbilhão cósmico: as formas e a verdade. Verdade que deriva , como dizia William James, do nosso desejo de acreditar, um profundo sentimento que habita a mais longínqua natureza humana .
A realidade que vemos é apenas uma camada do Real Absoluto. O mundo material é pleno de objectos familiares que podemos ver, sentir, tocar, saborear e cheirar. Mas à medida que os objectos se tornam mais pequenos, reduzindo-se ao tamanho de átomos, os nossos sentidos deixam de os perceber. De facto, uma espantosa transformação ocorre para além do átomo - tudo o que é sólido desaparece. Os átomos são compostos por pequenos "pacotes" de energia vibrante ( quantum ) que não tem qualquer solidez, massa ou dimensão, nada que os sentidos possam ver ou tocar - é bastante estranho observar a mão e perceber que ela , na verdade, a um nível mais profundo, é uma vibração invisível que ocorre no vazio. Mesmo à escala do átomo, todos os objectos se mostram como sendo constituídos por 99,999 por cento de espaço vazio. A este nível, a distância que vai do turbilhonante electrão ao núcleo do átomo é maior que a distância da Terra ao Sol. E se quisessemos capturar esse electrão, seria uma tarefa impossível, já que ele se cinde em vibrações eléctricas que piscam constantemente milhões de vezes por segundo. Logo, o Universo é uma miragem quântica, todo ele a piscar milhões de vezes por segundo, como se fosse uma luz intermitente. Não existem estrelas ou galáxias, só campos de energia vibrante que os nossos sentidos, demasiado pobres e lentos, não são capazes de perceber dada a incrível velocidade a que a luz se move.
No reino animal alguns sistemas nervosos são mais rápidos que os nossos, enquanto outros são mais lentos. Por exemplo, os neurónios do caracol captam os sinais do mundo exterior muito devagar; tudo o que demore menos de três segundos não é entendido. Por outras palavras, se o caracol estiver a olhar para uma maçã e eu rapidamente a tirar, o caracol não será capaz de detectar a minha mão. " Verá " a maçã desaparecer diante dos seus próprios olhos. De igual modo, as intermitências do quantum são milhões de vezes mais rápidas do que a visão pode registar, então a nossa mente opera um truque sobre nós ao ver(mos) objectos sólidos que são contínuos em tempo e espaço, tal como um filme nos parece a nós contínuo. Um filme consiste em 24 fotogramas parados a rodar por segundo, com 24 intervalos de escuridão à medida que cada fotograma passa e surge um novo. Mas como a nossa mente não pode abarcar 48 movimentos/paragens por segundo, a ilusão do filme está criada.
Agora elevando tudo isto a muitas potências de dez, estaremos perante o truque do cinema a que chamamos realidade, ou animação auto-induzida da realidade. Nós ( e tudo o resto ) existimos como uma sucessão de fotogramas com um vazio escuro entre eles ; nós ( e tudo o resto ) estamos sempre a ser criados ao longo dos tempos. O Génesis é agora e sempre foi. Quem se encontra por detrás desta criação sem fim ? Qual o poder da mente ou a visão capaz de fazer desaparecer o Universo e voltar a colocá-lo no mesmo sítio numa fracção de segundo?
O poder da criação - qualquer que seja - encontra-se para além da energia, uma força capaz de transformar nuvens de poeira gasosa em estrelas, e possivelmente em ADN. Na terminologia dos físicos, denominamos este nível pré-quântico de virtual ( informação ).
Quando avanças para além de toda a energia, nada existe, há apenas o vazio. A luz perceptível torna-se luz virtual ; o espaço real torna-se espaço virtual; o tempo real torna-se tempo virtual. Neste processo, todas as propriedades desaparecem. A luz deixa de brilhar, o espaço não cobre distâncias, o tempo é eterno. Este é o útero da criação, infinitamente dinâmico e vivo, mas paradoxalmente, irreal.
O Universo é assim um caldo quântico que bombardeia os nossos sentidos com biliões de bits de informação por minuto; e a tua mente, envolvida neste caos esmagador, tem que escolher a resposta adequada a cada momento, descodificando e interpretando tudo, para que tambem tudo possa fazer sentido. ( ... )

sexta-feira, abril 13, 2012

O Serviço Nacional de Saúde, de william Shakespeare " To be or not to be "

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"É preciso desligar a máquina (SNS). Não há verba".
António Arnaut, membro destacado do Partido Socialista, pediu a imediata demissão de Paulo Macedo, Ministro da Saúde, por este ter declarado que o Governo não consegue assegurar a continuidade do Serviço Nacional de Saúde. Francamente indignado e revoltado com as palavras do Ministro, o pai daquela que é considerada uma das grandes conquistas de Abril foi até mais contundente, quando vaticinou a possibilidade de podermos vir a assistir a um levantamento popular no caso das pessoas começarem a morrer por falta de assistência médica. De passagem acusou ainda o Governo de uma visão neoliberal desumanizada.
Não é nada agradável ( para utilizar, no mínimo, uma expressão "cool" ) aquilo que estamos assistir em Portugal. É mesmo uma descarada e abjecta sem-vergonhice. Mas a tolerância também tem limites. Como podemos nós hoje, gente da liberdade, que lutou por este regime e pela sua consolidação, ficar indiferentes a tantas e tantas injustiças? Como podemos nós, rafeiros da matilha do patrão, adormecer tranquilamente em fofa cama quando à nossa volta campeia a miséria e a exclusão? Que milagre teria de se operar para não nos comovermos com a máscara de sofrimento e de resignação que vemos nos doentes oncológicos porque não têm dinheiro para pagar o tratamento e o transporte para o hospital? Que é isto? Que raio de Democracia é esta? Aonde é que nós chegámos civilizacionalmente ?
- "Onde é que estavas tu no 25 de Abril?", perguntava com deleite o velho jornalista aos passantes das suas cogitações. - "Estava no 24", responderia com certeza aquela fauna de almanaque, que tão sábia e pacientemente soube esperar pela "vendetta". Quem diria que passados todos estes anos depois de Abril, nós viríamos a assistir, incrédulos, ao regresso bafiento dos Senhores da Terra e dos seus novos mandaretes.
George Clooney - Sony Pictures - Pelotão de fuzilamento


terça-feira, abril 10, 2012

A Pátria morreu

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"Portugal está a cumprir inteiramente os compromissos que assumiu ." Cavaco Silva, "dixit". Passámos com distinção o exame da Troika
Gostaria de dizer que sou um optimista, mas não posso, não acredito que ele possa ressuscitar.
Penso que a espécie Lusa é um "case study" , e sinistro. Depois de milénios a instalar a nossa supremacia, contra tudo e contra todos ( eles foram mouros, espanhóis, franceses, fascistas , comunistas, etc .), a comédia tinha que chegar ao fim, apenas com a brevidade de um estalar de dedos.
Naturalmente que a conclusão era óbvia , porque tudo conspirava nesse sentido, era só aplicar o silogismo.
Portugal morreu, e com ele foram enterrados todos os fantasmas, espectros, fluídos e eflúvios que estavam diabolicamente agarrados ao seu ventre.

Manel Portuga ou Pepe Lobo
(... )Era um homem do mar, cansado. Desde que embarcou, com onze anos de idade, viu demasiado despojos humanos, tal como ele veio a ficar quando se finou. Dizia que não queria acabar numa taberna a contar a sua vida a marinheiros jovens, ou a inventá-la em troca de um copo de vinho, por isso perseguia, tenaz e pacientemente, um futuro longe desta paisagem incerta ( a que nunca mais voltaria ) se conseguisse deixá-la para trás: uma pequena renda, uma terra própria, um alpendre onde se sentar ao sol, sem outro frio ou humidade além da chuva e dos Invernos, com uma mulher para lhe aquecer a cama e o estômago, sem que o uivar do vento implicasse um presságio sombrio e um olhar inquieto em direcção ao barómetro (...).

sábado, abril 07, 2012

Um lapso, que nem espermático é...

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Para além das taxativas declarações de destacados membros do Governo sobre o fim, em 2013,do período excepcional de suspensão do pagamento dos décimos terceiro e quarto mês aos funcionários públicos e pensionistas, dando assim por terminada a vigência do programa de ajustamento, também o Ministro das Finanças, o cérebro da operação e quem mais equacionou contabilística e politicamente todos os dados do problema, veio confirmar a narrativa dos seus pares. Todavia, e sem que percebamos porquê, no dia seguinte esta personagem desmentiu tudo e de forma categórica o que reiteradamente tinha dito antes.
Na verdade, a "grandeza dos políticos " está , justamente ( porque comum ), na desconcertante ambiguidade das suas posições , na insolúvel ligeireza das suas contradições, nos seus ditos por não ditos, nas suas solenes promessas (de imediato) desfeitas, no jogo rasteiro e miudinho , enfim , na mais torpe e conspurcada maneira de fazer política - um lapso , disse a cabecinha de vento, como se um ex-quadro altamente qualificado do Bureau of European Policy Adviser da Comissão Europeia, do departamento de research do Banco Central Europeu e do Banco de Portugal pudesse alguma vez errar uma simples decisão de carácter temporal, que nem um simples espermatozóide no uso pleno das suas competências.
Engana-me que eu gosto.

( ...) Espermatozóides sabem realizar cálculos complexos, dizem cientistas.
Uma equipa de cientistas do Instituto Max Planck alemão, liderada pelo espanhol Luis Álvarez, descobriu que os espermatozóides são capazes de realizar cálculos complexos. Os cientistas do Centro Europeu de Estudos e Pesquisa Avançadas de Bonn determinaram que quando o óvulo liberta emissores químicos que modificam a concentração de iões de cálcio no interior dos espermatozóides (o que activa a sua movimentação), eles não reagem ao aumento dos níveis dessa substância, mas às suas variações. «O que eles medem são as taxas de mudança ao longo do tempo, a rapidez ou a lentidão da alteração da concentração de cálcio que entra nos espermatozóides do seu exterior», disse o cientista espanhol. Assim, «em função do valor da taxa de mudança, alteram a forma como movimentam a cauda e mudam de direcção. Noutras palavras, a direcção dos espermatozóides é regulada pela velocidade da mudança de cálcio», explicou.
« É bastante cómico pensar que o cálculo diferencial (ramo importante da matemática que se dedica ao estudo de taxas de variação de grandezas e a acumulação de quantidades) não era realizado até o século XVIII, mas os espermatozóides já faziam isso há mais de 400 milhões de anos», ressaltou. Álvarez explicou que «os espermatozóides, como muitas outras células, fazem dezenas de cálculos». O fenómeno descoberto pela equipa foi observado por enquanto unicamente nos espermatozóides de várias espécies marítimas.(...)

terça-feira, abril 03, 2012

O Cangalheiro da Nação

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Duas notícias publicadas por estes dias tiveram um eco dramático na consciência dos portugueses . A primeira , do
Director geral da Saúde, Francisco George, que admitia existir uma diferença de tratamento
nos doentes oncológicos do país. "Os portugueses com cancro não são todos tratados da mesma
maneira, nem os rastreios oncológicos funcionam da mesma forma ao longo do país.
Temos de assegurar a equidade no acesso aos rastreios e ao tratamento do cancro . Os
cidadãos têm de ser diagnosticados e tratados da mesma forma, como têm direito",
dizia ele.
A outra notícia, com temática igual , chamava a atenção dos portugueses para as dificuldades que os hospitais estavam a ter na obtenção de medicamentos para combater o cancro . Face ao corte nos seus oçamentos, os hospitais estão a ser obrigados a comprar os remédios mais baratos, excluíndo dessa forma
os medicamentos mais recentes e activos que estão disponíveis no mercado.
Os oncologistas afirmam que esta opção põe em risco a
saúde dos doentes.
As medidas que no campo da Saúde têm vindo a ser postas em pratica por este Governo, tornou claro que o seu objectivo final é a destruição do Serviço Nacional de Saúde e a assumpção progressiva da medicina privada, dos seguros de saúde, um negócio vampiresco a que a direita dos lobies quis sempre deitar a mão. Não é por acaso que os partidos da maioria, bem apoiados ( como em quase tudo ) por quase todos os pasquins da nossa praça e pelos arregimentados comentadores de serviço, vão deixando passar a ideia de que o Serviço Nacional de Saúde não tem viabilidade financeira, tentando desse modo condicionar a razão dos portugueses para que eles acabem por rejeitar esta grande conquista civilizacional . E a táctica não é nada despicienda, veja-se, por exemplo, como insidiosamente o governo vai criando as condições para empurrar os utentes para os hospitais privados ( que estão a nascer por toda a parte), na premissa de que o Serviço Nacional de Saúde não está a conseguir responder às suas necessidades : o aumento brutal das taxas moderadoras, a continuada falta de médicos de família, o excessivo tempo de espera para uma consulta da especialidade e para uma cirurgia; o encerramento de muitas urgências, maternidades e outros serviços, a redução dos apoios no transporte de doentes, a diminuição de cirurgias e transplantes, a limitação na comparticipação de medicamentos, etc, etc, etc. Para o cangalheiro, o negócio é demasiado óbvio, como a maioria do povo já vive com o orçamento esticadíssimo, ou ficam ainda mais endividados se tiverem de pagar as contas da saúde privada , ou a morte é certa - talvez assim, como resultado desta política de extermínio, os muitos finados deste País consigam , de uma vez por todas , dar um contributo decisivo para o equilíbrio das nossas contas públicas, uma vez que deixam de ser um encargo para o Estado.