quarta-feira, setembro 08, 2010

Bacalhau à Eduardo - nova receita do fiel amigo

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O bacalhau não quer alho! O dito quer frango

Foi descoberto um novo espécime da família dos "Gadus Mohrua " a que atribuiram o nome de " Gadus Mohroa Eduardo " , em homenagem ao seu célebre descobridor.

O bacalhau é de primordial importância nos hábitos alimentares portugueses.
Portugal é o primeiro importador no mundo de Bacalhau da Noruega. De qualidade reconhecida, o Bacalhau da Noruega é também o mais vendido em todo o mundo. Textura, sabor, aroma prolongado, entre outras propriedades, fazem dele um produto altamente apreciado e utilizado nas confecções culinárias.

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E a propósito do bacalhau, eis aqui um pequeno apontamento, retirado do acervo da memória, da dramática aventura vivida pelos nossos pescadores nas àguas frias do norte na captura do fiel amigo.


Museu Marítimo de ílhavo; Câmara Muncipal de Ílhavo
Descrição:
Em meados do século XX, uma campanha de pesca do bacalhau fazia-se entre Abril e Novembro, os meses de tempo mais ameno. Se viajassem fora desta época, os pescadores arriscavam-se a enfrentar ciclones, correndo grande perigo.
Os navios largavam de Lisboa para uma viagem de quase duas mil milhas, mas paravam nos Açores uma semana depois. Com duas semanas de viagem lá chegavam aos bancos da Terra Nova, onde pescavam com os seus dóris durante cerca de um mês. As jornadas de trabalho eram longas e os pescadores estavam sujeitos a tempestades e nevoeiros.
Quando se verificasse que a pesca estava a rarear e que não era suficiente para encher o porão, o navio rumava ao porto de St. John's, na Terra Nova. Lá ficavam uma semana, altura em que recebiam notícias de casa, e dormiam, pela primeira vez desde a largada de Lisboa, uma noite descansada.
Desta vez partiam para os mares da Gronelândia, para voltar à faina do bacalhau. Na grande ilha do Árctico o navio pescava durante cerca de dois meses. Assim que o porão estivesse cheio, o bacalhoeiro rumava a Portugal. Com sorte, se não enfrentasse mau tempo, a viagem seria curta, de quinze dias.Tudo isso acontecia nos seis meses entre a largada de Lisboa, na Primavera, e o regresso a casa, no Outono.
A pesca do bacalhau foi uma aventura, que pode ser revivida no Museu Marítimo de Ílhavo.

Revista Oceano - Terra Nova
A Epopeia do Bacalhau - Nº 45, Janeiro/Março, 2001

…Foram fracas as campanhas dos últimos anos da década de 20. Em 1930 os navios regressam, mais uma campanha fraca.Mas Ílhavo anima-se à chegada dos seus homens que andam bamboleando nas ruas como se ainda um convés pisassem .Passam os carros de bois carregados com os sacos de lona da roupa de bordo, cheirando a salgado e ao azougue das cavernas. Vai a roupa ao rol para a lavadeira a levar ao rio. Faz-se a procissão do Senhor dos Navegantes, andor aos ombros de marinheiros que cumprem promessas. Juntam-se os «bacalhoeiros» na praça, na farmácia,no barbeiro e este, de tanto os ouvir, já conhece os espalques ( locais de bom fundo) do Grande Banco, de cor e salteado os baixos de Rocks, os rumos, quantas as remadas.Contam-se histórias, recordam-se os maus tempos, lamentam-se os naufrágios e as vidas perdidas. Mas vieram intrigados por terem deixado de avistar, por uns tempos, o «Santa Mafalda» no Virgin Rocks e no Grande Banco.«- Por onde andou, Capitão Cajeira? E este conta aos amigos e ao jornal «Beira Mar»:
- No ano passado chegaram até mim informações sobre a belíssima pesca que havia feito um navio francês nos Bancos da Groenlândia (…) Este ano cheguei aos Bancos da Terra Nova, procurei meus lugares preferidos de pesca aqueles onde em anos transactos, tenho feito boa safra. Uma grande desilusão sofri. Má pesca, escassez de peixe, uma arrelia…Resolvi, definitivamente, ir até aos Bancos da Groênlandia.Partimos no dia 20 de Junho e tivemos uma viagem magnífica (…) Sem novidade e ao fim de 10 dias estávamos a 63º 40´ de latitude norte. Estávamos, então, sob a acção de um frio inclemente, cortante, indescritível (…) De todos os lados, mais perto e mais longe, se erguiam majestosos e bizarros os icebergs (…) De todos os tamanhos e de todos os feitios. Alguns davam-nos a impressão de veleiros singrando os mares, com o velame içado.(…) Interessante mas tétrico. Interessantíssimas as auroras boreais.
- E pescaram?
- Oiça: castigada pelo frio intensíssimo e ante o perigo eminente em que nos achávamos em virtude da proximidade dos icebergs, a tripulação reunida declarou-me que era impossível pescar (…) Que não podiam, diziam eles, e eu tive de concordar. O fogão já não tinha calor suficiente para coser pão e a água já fervia com muita dificuldade. (…) Em derredor do navio, a certa distância, avistaram-se centenas de icebergs. Faziam um barulho ensurdecedo(…).
- Como escaparam de tão grande perigo?
- Tivemos a nosso favor um grande factor de ordem natural. Quase não havia noite naquelas longínquas paragens. O sol rompia às duas horas da madrugada e só às 11e15 horas (da noite) desaparecia no horizonte.
- Três horas pouco mais de noite.
- É certo… e nem sequer nesse tempo dormia descansado. Com grande dificuldade e, por vezes em risco de nos perdermos, conseguimos descobrir uma aberta pela qual iniciámos o regresso.Navegando com ventos contrários só conseguimos chegar aos bancos da Terra Nova em Julho»(...)
Diário Náutico do lugre “Santa Mafalda”, 1931, do capitão João Pereira Cajeira (1879-1958)

(... ) no dia 8 de Outubro, ao fim de 31 dias de viagem, ancora o «Santa Joana» em frente à barra de Aveiro, junto do “Santa Mafalda» que fez 27 dias de viagem e também apanhou temporal desfeito - «mar escangalhado de diversos quadrantes – tempo muito tempestuoso, já não sei qual o barco que possa resistir. O navio vai quase sempre submerso».Divisa-se no horizonte da nossa barra… É um alvoroço em Ílhavo, nas Gafanhas…navio à vista, navio à barra…
- Olha, são os navios da Empresa, são os navios do Egas, conhecem-se tão bem, os calceses brancos, aqueles mastaréus tão altos, o tosado tão acentuado…- são, são e vêm bem pesados, olha trazem o convés na água, vêm carregadinhos – ai, mas quase não trazem dóris, se calhar foram varridos ao mar… - ih cum raio, aquele do norte só se lhe vêm os cabeços à proa, traz a borda toda partida…» .
(extractos da Revista Oceanos)


domingo, setembro 05, 2010

Retirada norte-americana do Iraque

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"Durante a campanha eleitoral Obama prometeu retirar os seus soldados do Iraque 16 meses depois da tomada de posse.
A retirada anunciada esta sexta-feira é mais lenta do que o prazo inicialmente previsto, mas acaba por ser bem mais rápida do que o que pretendiam muitos comandantes norte-americanos. Apesar de bem recebida, a decisão implica alguns riscos para a segurança interna do Iraque" - Quer-me parecer que o sussurro dos arquétipos invisíveis que deambulavam nos " saloons " do velho Far west continuam ainda a povoar as cabeças alucinadas de uma certa elite militar norte-americana.

LONDRES (Reuters) - Uma eventual retirada norte-americana do Iraque transformaria o país em uma base de lançamento para ações do terrorismo internacional e os EUA se veriam obrigados a regressar ao território iraquiano dentro de alguns anos, disse na terça-feira um especialista sobre a Al Qaeda.

No mundo hi-tech das playstation, acredite-se ou não, ou saímos vitoriosos e glorificados, ou perdemos. Por isso, os norte-americanos só conseguem rever-se nos filmes apocalípticos de Hollywood em que se exalta o império.

quarta-feira, setembro 01, 2010

O que se pretende provar ?

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"Uma revista belga diz que Hitler descendia de judeus ou berberes.
Um trabalho de investigação publicado na revista belga 'Knack' indica que o ditador alemão Adolf Hitler, defensor de uma política de pureza racial que levou ao extermínio de judeus e de membros de outras etnias "não puras" durante a II Guerra Mundial, era descendente de judeus ou de berberes.

A investigação conjunta do jornalista Jean-Paul Mulders e do historiador Marc Vermeeren permitiu encontrar vários familiares do homem que, perante o avanço das tropas soviéticas, cometeu suicídio no seu bunker de Berlim em Abril de 1945. Após análises ao ADN de três descendentes do líder nazi que vivem nos EUA, a investigação permitiu localizar um sobrinho de Hitler residente na Áustria. A saliva desse familiar do ditador nazi que pôs em prática a 'solução final' para os judeus europeus tem um componente que tende a ser encontrado entre os berberes do Norte de África e entre os judeus sefarditas ou asquenazes ".





Existe um lado novelesco nas pessoas e nos jornalistas em particular que é um excelente antídoto para suavizar as coisas mais complicadas da vida. É uma faceta deveras cativante , pródiga em sobressaltos e adequada para ler em dias de frio e de nevoeiro cerrado , que é quando as almas do outro mundo ( e deste ) se erguem dos seus túmulos - não fossem as evidências , até poder-se-ia dizer que alguns espectros querem continuar a pairar no lusco-fusco da História.

" Em geral , só quando morremos é que é possível entender a `marca`que deixámos na nossa passagem por este mundo e pela vida dos outros. Todavia , há quem imprima essa `marca ` e lhe dê extraordinária visibilidade muito antes do recitar dos epitáfios com que nos coroam a existência no momento dos elogios fúnebres ( se os houver )".