sexta-feira, março 29, 2013
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Na sequência das declarações feitas pelo ministro alemão das finanças, Wolfgang Schaüble, sobre a inveja que alguns países europeus teriam da solvabilidade do estado alemão, comparando até as performances dos países com o que acontece numa turma escolar, onde os sobredotados são invejados pelos calinas, ou melhor dizendo, onde a perfeição e a superioridade da raça se destaca dos bárbaros do Sul, o Dr. Silva Peneda, presidente do Conselho Económico e Social, escreve uma carta aberta a Herr Schaüble criticando a sua atitude para com os países que estão a sofrer na pele as políticas de austeridade conduzidas exactamente por Berlim.
Seria bom que não nos esquecêssemos que " a Alemanha é a Pátria dilecta dos fascismos, não é um território ou uma população , mas um texto muito bem elaborado muito antes de Hitler e difundidos muito para além do Santo Império Romano-Germânico."
quinta-feira, março 28, 2013
Espionagem
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Wikipédia
Espionagem: A espionagem é a prática de obter informações de carácter secreto ou confidencial sobre governos ou organizações, sem autorização destes, para alcançar certa vantagem militar, política, económica, tecnológica ou social. A prática manifesta-se geralmente como parte de um esforço organizado (ou seja, como acção de um grupo governamental ou empresarial). Um espião é um agente empregado para obter tais segredos. A definição vem sendo restringida a um Estado que espia inimigos potenciais ou reais, primeiramente para finalidades militares, mas ela abrange também a espionagem envolvendo empresas (conhecida como espionagem industrial) e pessoas físicas, através de contratação de detectives.
domingo, março 24, 2013
Subjectividade
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Disse há uns tempos António Damásio, eminente investigador português na área do cérebro, que existe um novo modo de olhar o homem que provém das neurociências . Observa ele que uma das razões porque na história da filosofia e das neurociências o mistério insondável que é a relação mente-cérebro continua ainda por decifrar, é porque nele repousa a verdadeira essência do homem, aquilo que o capacita para ser um ente radicalmente diferente de tudo o mais. Segundo Damásio, o cérebro era visto como uma coisa à parte do corpo, de tal modo que, quando a mente era associada ao cérebro, acabava por não estar ligada a ele, era uma coisa à parte. Esta visão, segundo o neurocientista, deformava a realidade, porque o cérebro faz parte integrante do corpo, e a mente " emerge " daí, de um todo único interligado, corpo-cérebro.
Este discurso assaz atraente, que nos compulsa de imediato a reflectir, e que apresenta, aparentemente, um modelo de conhecimento muito bem estruturado, tem um pequeno senão: é que no seu âmago aparece uma palavra-chave que reduz todo este elegante edifício racional a zero em matéria de ontogeneidade, e coloca uma barreira intransponível à assumpção de uma máquina com "alma" - IA ( Inteligência Artificial Forte ). A palavra-chave é " emerge ", e torna-se o cerne do problema: a vã tentativa de materializar a mente. A mente " emerge ", diz-se. Mas "emerge " como? De que modo? Como se produz e acontece este fenómeno que é a subjectividade? E que é a subjectividade ? Porque razão existe e como de facto pode e pôde alguma dia chegar a manifestar-se. Como é que nós chegamos a ter , por exemplo, a experiência de comer uma maçã, com tudo que esse acto ( percepção ) implica, desde a representação figurativa, conhecimento totalizante do elemento e do contexto, até ao também implícito propósito ( Sujeito) e emoção, em vez de um amontoado desconexo de "impressões" sem sentido, como seria mais razoável de serem, incapazes de todo de gerar algo mais do que não fosse impulsos eléctricos e movimentos mecânicos e nada mais ? Os emergentistas acreditam que a mente, ou a consciência, é uma propriedade de sistemas complexos superiores e não o resultado do encontro fortuíto de átomos. Está bem. Mas como ? Como se verifica essa excepção na natureza, como é que acontece essa propriedade única e sem paralelo no resto do reino da materialidade? Outros investigadores sugerem que o condensado de Bose-Einstein é a base da Física da consciência. Defendem eles que a subjectividade ocorre quando a água-mãe ou líquido virginal, que corre no interior dos microtúbulos, fornece energia para agitar as moléculas das membranas dos milhões de células do sistema nervoso, fazendo com que estas emitam fotões e desencadeiem um movimento vibratório sincrónico ( tal como uma orquestra que obedece ao mesmo diapasão ), tornando-se numa única entidade. Mas e daí ? Como é que essa unidade sincronizada transforma-se numa experiência do mundo ?
quinta-feira, março 21, 2013
segunda-feira, março 11, 2013
O embuste
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"Diz a Troika que o Governo falha a comunicar.
A mensagem tem sido repetida pelos chefes de missão da troika a cada reunião que se sucede: o programa está a ser bem executado, mas... «o Governo está a falhar na comunicação».
Assim, preto no branco. E dito ao próprio primeiro-ministro e ao ministro das Finanças: «É
Os média, em geral, são falíveis ou tendencialmente orientados. Ou porque são obrigados à lógica selvagem e irredutível dos mercados, passando inúmeras vezes da informação séria e rigorosa para o formato tablóide, enviesando assim a deontologia para obter cota de mercado; ou porque têm em vista o cumprimento de outros objectivos, como a estratégia de grandes grupos económicos, dos quais muitas vezes fazem parte; ou ainda porque estão encapotadamente ao serviço de políticas e ideologias. De todo o modo, o consumidor de notícias e o cidadão em geral deverá ter sempre uma cautela muito especial quanto aos conteúdos informativos, sejam eles veiculados através da escrita, da imagem ou do som, por mais que eles ostentem qualidade , correspondam aos anseios do consumidor ou tragam a chancela de uma autoridade reconhecida.
A mensagem tem sido repetida pelos chefes de missão da troika a cada reunião que se sucede: o programa está a ser bem executado, mas... «o Governo está a falhar na comunicação».
Assim, preto no branco. E dito ao próprio primeiro-ministro e ao ministro das Finanças: «É
preciso explicar, explicar, explicar»."
Os média, em geral, são falíveis ou tendencialmente orientados. Ou porque são obrigados à lógica selvagem e irredutível dos mercados, passando inúmeras vezes da informação séria e rigorosa para o formato tablóide, enviesando assim a deontologia para obter cota de mercado; ou porque têm em vista o cumprimento de outros objectivos, como a estratégia de grandes grupos económicos, dos quais muitas vezes fazem parte; ou ainda porque estão encapotadamente ao serviço de políticas e ideologias. De todo o modo, o consumidor de notícias e o cidadão em geral deverá ter sempre uma cautela muito especial quanto aos conteúdos informativos, sejam eles veiculados através da escrita, da imagem ou do som, por mais que eles ostentem qualidade , correspondam aos anseios do consumidor ou tragam a chancela de uma autoridade reconhecida.
Já os políticos, como agentes autorizados de transformação social ( para o bem e para o mal, uma vez que delegámos neles, por acção ou omissão a nossa representação ), são uma classe que, na maioria dos casos, deve ser posta de quarentena." E isto não por inconsistência ou leviandade, mas por motivos muito fortes, maduramente considerados".
Já não basta a um político ser e parecer sério como a mulher de César, e nem tão-pouco basta, antes de botar faladura, querer reconfigurar-se eticamente com um metadiscurso sobre credibilidade, fazendo uma declaração prévia sobre as verdades de facto que serão vertidas na sua intervenção, o que é imperioso e necessário é que haja absoluta conformidade entre as palavras e o actos, que efectivamente os factos correspondam às promessas e às propostas então apresentadas. É que contra factos , não há argumentos.
sábado, março 09, 2013
O manifestante
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Poder-se-ia falar em alucinação e classificar a coisa como patológica, mas para o senhor de La Mancha os moinhos não provinham do reino das sombras, eram bem reais : moviam homens e coisas deste mundo, coisas autênticas que prevalecem à luz do sol e na calada da noite, coisas que matam e que provocam muita dor e sofrimento. Não podemos virar costas à opressão, não podemos deixar incólumes os malandros que nos roubam e exploram, mesmo que por vezes pareçamos quixotescos.
Vai com o vento
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Enquanto os portugueses dizem adeus ( até Deus ) quando se despedem, os chineses usam a expressão: " Vai com o vento". Apanha a boleia e a sabedoria do vento, porque ele sabe o caminho do Mundo.
Às vezes ele aparece como uma leve brisa que nos afaga o ânimo e nos convida a reflectir sobre as coisas da vida; outras vezes manifesta-se exuberantemente como temporal, para corromper o gesto vacilante da incompletude e semear caminhos de futuro .
sexta-feira, março 08, 2013
A ruína
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As folgas que o Capital Financeiro dá, não são muitas , como se comprova. Alivia-se apenas um tudo nada a pressão para não afugentar a caça. O que é preciso ( dizem eles em surdina ) é que os países continuem a contrair dívida, que os empréstimos continuem a fluir " naturalmente" e que os benditos dividendos, graças a Deus, continuem também a multiplicar-se e a ser generosos como sempre.
Por fim, depois desta tão grande e demolidora provação, Portugal lá consolidou as suas contas públicas e livrou-se dos credores, mas os velhos e os pobres, que eram a grande maioria, morreram todos, os jovens emigraram e a classe que era média, estrebucha agora na miséria. Resta apenas umas quantas famílias abastadas a viverem em sumptuosos palacetes e em herdades de perder de vista, e aqueles mercenários, ungidos e ao serviço do grande Capital, que destruiram o País.